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segunda-feira, 13 de junho de 2022

 


SONETO, EM VÃO...

      Francisco Miguel de Moura*

 

A cinza e a sombra aleijam meu pulmão.

Homem, me diz.  então, de tanta pressa?

O mundo está doente e tem razão:

- Já cansado de ouvir tanta promessa!

 

Este poema é o sangue que me ferve

na alma do que existe, definhando...

Já não tenho suor, nem cuspe... É verve?

Atropelada, a Terra vai secando...

 

Só vejo o que torrou nas investidas,

tornando em cinza a flor de nossas vidas

contra si e a Natura, em toda parte.

 

Doente, a atmosfera vai findando,

sempre a rolar... Mas sempre e até quando

vai nos deixar morrer igual a Marte?

____________

*Francisco Miguel de Moura, poeta sempre

Teresina, 13/06/2022

 

 

 

 

domingo, 23 de julho de 2017

A LIÇÃO DO SONETO
Francisco Miguel de Moura - Autor

Jamais foi fácil terminar quartetos
Sem saber do soneto os seguimentos.
Mais difícil quando ardem sentimentos,
Encarcerados na alma dos tercetos.

Se o iniciante ouvisse o sofrimento
Do desafio, a construção difícil,
Não ficaria em vão terreno físsil,
Com nojo do soneto e seu tormento.

Fazê-lo é fácil, sim, no compromisso
De ouvir e ver, amando o movimento,
E em cada “lá maior” cantando o viço.

Sem a prima lição, perde-se o mastro
E o poeta se enlaça em pé-de-vento,
Fracassado no “dó” de um poetastro.

_____________________
*Francisco Miguel de Moura, brasileiro, poeta, sonetista, amigo dos amigos e dos inimigos não oisa falar.Gracias!



terça-feira, 13 de janeiro de 2015

RASGUEM MEUS VERSOS...

 Francisco Miguel de Moura*

Se algum mal fiz por minha poesia,
foi pensando no que soava adentro,
Na falta que faltava... Onde é que eu entro?
O outro é que eu pensava e que eu queria.

Nunca andei com pilhéria e zombaria,
nem desejei dezenas nem milhão.
A terra onde poisou meu coração
sofria que sofria, e mais sofria.

E era assim que aprofundando eu ia,
passo a passo, fazendo o meu soneto,
se ninguém me queria, Deus queria.

Se Deus me quis, confesso de verdade,
De vocês não preciso, estou completo,
Rasguem meus versos... Sou a eternidade.

                                                        The. 10-1-2015
____________
*Francisco Miguel de Moura, poeta simplesmente e nada mais do que amigo de Deus e São Francisco de Assis, meu santo protetor.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

FAZER AMOR - Sonetos Inéditos



                        Francisco Miguel de Moura*


Fazer amor, um verbo tão moderno
E tão antigo, quando se analisa.
Quer seja feito nu ou com camisa,
Amor se faz jurando amor eterno.

Faz-se amor nos amassos ou no aliso,
É noite e dia. Amor, que doce inferno!
Nas quentes estações ou pelo inverno,
Amor se faz no lucro ou no prejuízo.

Amor se faz calado e faz-se aos gritos
De dor e de alegria, em seus atritos,
Em pé, no chão, na rede e até na cama.

E faz-se amor no carro e no motel,
Amor aos poucos, muito, ou a granel...
Tanto amor que se faz!...  Por que não se ama?


domingo, 22 de setembro de 2013

À SOMBRA DO SILÊNCIO

Francisco Miguel de Moura*


À sombra do silêncio eu me arrepio
à sombra do silêncio me produzo,
à sombra do silêncio não me abuso,
à sombra do silêncio é que me afio.

À sombra do silêncio, eu constituo
a mesmice que a vida me concede,
à sombra do silêncio tenho a rede
que não ringe, e meu sonho continuo.

À sombra do silêncio eu me desnudo
do que tenho de mau, ai, não me iludo!...
Desprendida de tudo,a alma se aquieta.

À sombra do silêncio, podem crer,
vivo em paz, crio em paz e vou morrer...
Que a sombra do silêncio me completa.

___________________
* Francisco Miguel de Moura, brasileiro, poeta, membro da  Academia Piauiense de Letras (APL) e da International Writers and Artists Association (IWA), Toledo,OH,Estados Unidos.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

PEDRAS E LÁGRIMAS


  Francisco Miguel de Moura*


A casa onde eu nasci já não existe,
Só vi pedras e pedras no lugar
E, ao lado, a sombra do menino triste,
Caçador de motivos para amar.

Amar o que está morto, amar o nada,
Amar o que se ergueu depois ruiu,
Sem pernas pra tamanha caminhada,
Sem forças pra falar nem dar um pio.

Espectro do desgosto impressentido, 
Do espaço-tempo em solidão ferido,
Saudade estéril! Que saudade medras!

A casa onde nasci não mais existe
E a dor acumulada não resiste
Às lágrimas fendidas pelas pedras.

___________________
*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, nasceu no Curral Novo, município de Francisco Santos – PI, da Região de Picos (PI). Tem 33 livros publicados e alguns inéditos.



quinta-feira, 4 de julho de 2013

FRANCISCO MIGUEL DE MOURA - SONETO

SONETO
Autor:
Francisco 
Miguel
 de                 
Moura









Da vida, a gente pouco ou nada sabe,
Viver, talvez por isto, é o grande apelo.
Dos sentidos humanos faz-se um elo,
O maior bem que por aqui nos cabe.

Distinguir, por acaso, o consequente
Resto de amor, depois de uma refrega,
Eis o que faz a fé que não se entrega,
Ou a luz que renasce da semente.

Não somos a história. O que fazemos
Acumula no todo que seremos,
Afinando o instrumento mais constante.

Mas fomos mal, nos diz o coração,
Por não tecer da vida uma canção
Plena de amor e de arte a cada instante.


quinta-feira, 30 de maio de 2013

BENEDICTUS

BENEDICTUS



Francisco Miguel de Moura*




Bendito é o homem, que é feliz sozinho,
Foge do grupo, esteja em chão ou teto,
Escolhe a dor do amor e vai discreto,
Ferindo os pés  nas pedras do caminho.

Maldito é o homem que se abraça ao grupo
Para vencer o mundo,  e facilmente.
O grupo é mau, só pensa em roubo e estupro
Do que Deus fez. E cega a própria mente.

Todas as pretensões e pensamentos
Dos que pensam viver seu passo a passo,
Sem orgulho nem gosto de humilhar,

Vedadas são. E tudo é por vingança
A quem rejeita  tão macabra  dança,
Buscando a paz para melhor amar.

_______________________
*Francisco Miguel de Moura, brasileiro, poeta por convicção, desde os seus
catorze anos.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

FRANCISCO MIGUEL DE MOURA - 2 SONETOS



EM DUAS RIMAS


Francisco Miguel de Moura*
                                              

A vida nasce numa enorme festa,
Nasce do amor, no instante da folia
Do sexo, da paixão e da alegria.
Mas também chora. Pra que a vida presta?

Há confusões. Porém sobra uma fresta
Por onde socorrer-se na agonia,
Dá passagens na busca de harmonia.
Há morte e vida e luzes nessa gesta.

Há buscas ideais, filosofia...
Indagações: Meu Deus, que coisa é esta?
O amor a transformar-se em poesia.

Porém morrer cantando, ou numa sesta,
Ou ir sorrindo para uma outra festa
É tudo quanto o homem mais queria.


ELA, QUEM É?


Quando ela passa esconde-nos o rosto,
o corpo em forma nela é intenso lume,
mas, nos passos, derrama um tal perfume,
e olha, e fala, e ri com infindo gosto.

Quando ela vem de novo é uma esperança,
e a gente nem pressente. Está no espelho
o vulto airoso... E não se quer conselho,
nem prestar atenção quanto ela avança.

De outra vez ela passa e nem se acena
com a saudação comum de cada hora,
mesmo sentindo a graça da açucena.

Mas na última vez, vem tão sagaz,
nos entrega ao inimigo sem demora
Quem sabe se ela volta ou nunca mais?
__________
*francisco miguel de moura, poeta brasileiro, também escreve romances, contos, crônicas e é articulista do jornal "O DIA", onde escreve todos aos sábados.
                                e-mail: franciscomigueldemoura@gmail.com

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

FRANCISCO MIGUEL DE MOURA* - AMOR PROFUNDO

SONETO


Ora, meu bem, eu te agradeço o canto,
Demonstração do teu viver presente.
Mas não posso esconder meu desencanto
Com teu gesto tão pouco conseqüente.

Alegrias nem risos, por enquanto!
Que guardes teu passado do presente.
Serenidade! Oh quem me dera e quanto
Teu barulho não fosse impertinente!

Meu coração só sabe amar com calma,
Vê nas palavras mais fragilidade
Que os sinceros ditames da razão.

E isto que escrevo vem do fundo d’alma,
Mas tenho medo que a profundidade
Abale as cordas do teu coração.

___________________
*Francisco Miguel de Moura, poeta e prosador brasileiro, com mais de 30 obras publicadas. Este soneto, agora com pequenas correções formais,  substancialmente é o mesmo publicado em “Sonetos Escolhidos”, Edições Galo Branco, Rio, 2003
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