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quinta-feira, 3 de maio de 2012

AREIAS: - UMA DOR ESPIRITUAL NA POESIA

POESIA E DEPRESSÃO:


Francisco Miguel de Moura*  


Não se assuste, leitor,  por falar em DEPRESSÃO. Não sou médico, sou poeta, formado em Literatura, mas nunca gostei de lecionar: já o fiz por pouco tempo, depois que deixei a Faculdade. Gosto mesmo é de ler e escrever, ilustrar-me vendo museus e ouvindo concertos musicais ou mesmo “shows” de artistas populares, aqueles que são da minha predileção.    Compreenda-se, desde então, que não tenho ídolos, mesmo na poesia. Muito menos na música.

Falando em poesia, aproxima-se o dia em que lançarei minha obra melhor, reunida sob o título de “POESIA IN COMPLETA”, da qual já publiquei o primeiro volume em 1997, sob os auspícios da Fundação Cultural Monsenhor Chaves, sendo que o segundo volume virá brevemente encartado no primeiro volume, pois os dois é que mostram a minha “fortuna poética”, porém agora já com o título de CINQUENT’ANOS DE POESIA, meu testemunho e meu testamento, quando completarei meus 50 anos de atividade literária (“AREIAS”, minha estréia, foi em 1966).

Se até agora não escrevi nada sobre depressão, aqui, não tenho dúvida, minha obra poética é cheia dela, do meu estado, do meu ser, da minha dor e de umas tantas alegrias: – o mundo é dual, o feio não existe sem o bonito, o doce sem o amargo, e assim por diante, todas as manifestações do espírito. Assim, um assunto está bem encaixado no outro: poesia e tristeza, poesia e alegria. Eu sempre fui uma “criatura" depressiva, ensimesmada, mesmo quando criança. Gostava de brincar sozinho, mais do que com outros companheiros.  E desde os dez anos me soltava pelas caatingas do lugar “Curral Novo”, município de Francisco Santos, mas naquele tempo Jenipapeiro – fazenda do município de Picos.  Ouvia os passarinhos cantarem de manhã cedo e achava muito bonito. Como com a maioria dos sertanejos daquele tempo, a vida começava pelas cinco horas da manhã. Menino, menino, sem obrigação, ficava descobrindo os cantores e seus cantos. Mas quando o sol ia esquentando, de “besta” ou “baladeira” à mão, sem ter matado um só passarinho, voltava pra casa, para o almoço. À tarde é que eu achava triste. E vejo-a (a tarde inclui o anoitecer) ainda hoje como um período de tristeza diária. Neste momento tiro da gaveta um poema de Camilo Pessanha, português da época do romantismo denominado “Crepuscular”, que satisfaz bem à expectativa de quem vier a ler esta crônica:

“Há no ambiente um murmúrio de queixume, 
De desejos de amor, d’ais comprimidos... 
Uma ternura esparsa de balidos, 
Sente-se esmorecer como um perfume. 
As madressilvas murcham nos silvados 
E o aroma que exalam pelo espaço, 
Tem delíquios de gozo e de cansaço,
 Nervosos, femininos, delicados, 
Sentem-se espasmos, agonias d’ave, 
Inapreensíveis, mínimas, serenas...
- Tenho entre as mãos as tuas mãos pequenas, 
O meu olhar no teu olhar suave. 
As tuas mãos tão brancas d’anemia...
Os teus olhos tão meigos de tristeza...
 - É este enlanguescer da natureza, 
Este vago sofrer do fim do dia”.

Quem ler este poema acabará sentindo o desprazer do fim do dia, aquele esmorecimento, aquela quebra da luz ante a treva.  Um sinal depressivo. Quem não tem o mal da depressão suporta bem e “numa boa”, até encontrar as luzes naturais e/ou artificiais da noite.

Não quer o articulista afirmar que todo poeta é depressivo, sofre de depressão. Todos, não.  A maioria, sim. Que se leia Fernando Pessoa, Emílio Moura, Olavo Bilac, Augusto dos Anjos, Manuel Bandeira, o próprio Drummond... São depressivos, sim.

Seus poemas aqui e acolá apontam como disse Camilo Pessanha: “ESTE VAGO SOFRER DO FIM DO DIA”.

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*Francisco Miguel de Moura, escritor, membro da Academia Piauiense de Letras, mora em Teresina, Piauí, tem curso de Licenciatura em Letras, Pós-graduação em Crítica de Arte, além de outros curos. Foi professor, bancário, radialista, atualmente é apenas escritor, aliás o que tem sido desde os 14 anos, especialmente poeta.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

HOMENAGEM A MIGUEL GUARANI

HOMENAGEM
Miguel Guarani é homenageado 
em Francisco Santos
 

Como parte de homenagem foram dados nomes a uma Rua e uma Biblioteca
Da Redação JPonline  
24/12/2010
JPonline
 

O Escritor Francisco Miguel de Moura realiza o descerramento da placa que dá nome a Biblioteca em Homenagem ao seu pai Miguel Borges de Moura

O mestre escola, poeta e repentista Miguel Borges de Moura, conhecido por Miguel Guarani foi homenageado na tarde da última quarta-feira, 22, na cidade de Francisco Santos, dando nome a uma rua e a uma biblioteca.

O evento aconteceu na escola Municipal Santa Filomena, local que recebeu a biblioteca Miguel Guarani. Na oportunidade, prestigiaram a homenagem o irmão Antonio Borges de Moura, a irmão Mariinha Josefa de Sousa Moura, que inclusive leu um poema feito pelo escritor Chico Miguel que é filho do homenageado, além dos escritores Chico Miguel, Erismar Moura e João Bosco da Silva, além do ex-presidente da ALERP – Academia de Letras da Região de Picos, jornalista Francisco das Chagas de Sousa, professores, intelectuais, amigos, além o staff da Prefeitura Municipal.

O escritor Francisco Miguel de Moura disse que a homenagem era merecida e, há muito tempo esperava por esse momento, pois seu pai fez muito pela educação e pela cultura do povo de Francisco Santos e de toda região.

João Bosco lança livro em Francisco Santos

Depois de 30 anos juntando documentos e pesquisando sobre sua terra natal, o escritor João Bosco da Silva lançou na noite desta quinta-feira, 23 de dezembro, seu mais novo livro – Genipapeiro: Terra dos espritados. O evento aconteceu na Escola Municipal Santa Filomena, com a presente do também escritor João Erisma de Moura que também lançou seu livro, de Chico Miguel além de muitos outros escritores e comunidade em geral.
A obra Genipapeiro: Terra dos Espritados, reúne pesquisa que durou mais de 30 anos e ainda crônicas de outros escritores franciscosantenses, ou espritados. A obra homenageia personalidades como Francisco Santos, Licínio Pereira e Francisco Rodrigues de Sales (Xodó) e muitos outros que fizeram a diferença no processo de crescimento de Francisco Santos, que tem se destacada ao longo de sua história.

A obra antes mesmo de ter sido publicada atraiu críticas pelo seu titulo, a favor e contra, mas levando em consideração aos leitores o autor resolveu manter o titulo e disse que não se arrependeu, até porque era um sonho e se não o fizesse da forma como está, não ficaria contente – finalizou.

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  COPIADO de  www.jornaldepicos.com   
Fotos do arquivo de Francisco Miguel de Moura
                                         em 24/12/2010
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