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domingo, 27 de julho de 2014

NOVAS TROVAS

Francisco Miguel de Moura*                   
               para Maria Thereza Cavalheiro


Qual o segredo da trova?
Não sei, ninguém saberá,
Visto que ela se renova
No “dois pra lá, dois pra cá”.

Saudade é coisinha boa
Se o amor não se demora,
Pois logo a saudade voa
E acaba o peso na hora.

Minhas mãos são vagarosas,
Meu pensamento é viageiro,
Pensando agarrar as rosas,
Pego os espinhos primeiro.

Não fico triste por isto,
Pois há tempo não escrevo.
Faço, risco e me despisto:
Um castigo que não devo.

Beber nunca foi preciso,
Senão amor e poesia,
Na mulher e seu sorriso,
Toda a noite e todo o dia.

Não sei o que há comigo,
Às vezes me dá horror,
Se amo, penso em castigo,
Se odeio, penso em amor.

Quem abraça com carinho,
Bem apertando nos braços,
Bebe uma taça de vinho,
Do mal espanta seus laços.


Não percamos nossa fé
Por qualquer coisa que venha,
A virtude não dá ré,
Quando o fogo acende a lenha.

Acostumado ao soneto,
Sinto-me um pouco amarrado,
Não ponho os olhos no teto:
Medo de ser apanhado.

São bem fracas minhas trovas,
Poderiam ser melhores,
Com filosofias novas
E o arco-íres nas cores.

__________________
*Francisco Miguel de Moura, brasileiro do Piauí. Poeta moderno, porém traça qualquer gênero: do soneto ao haicai, da trova ao epigrama. Além disto é prosador: cronista, contista, romancista e crítico literário. 

quinta-feira, 27 de março de 2014

MULHER E HOMEM - Trovas de FMM

http://abodegadocamelo.blogspot.com
Francisco Miguel de Moura*

Mulher adora ilusão,
Desprezando o que é real:
São coisas do coração
Que ficam  bem natural.

Mais realista é o homem,
Sua ilusão é um minuto,
Para que sonhos lhe domem,
Só num travesseiro astuto.

Mesmo em circuito ideal,
A clareza lhe apetece,
Lidando com o atual,
Só a Deus faz uma prece.

É dele a grande virtude
De ser forte e vigoroso,
Socorrendo-lhe a saúde
Com exercício gostoso.

Mulher não vai na conversa,
Não faz  tudo que ele quer;
Se ele fala, desconversa,
E ela então mete a colher.

No fim dá tudo tão certo,
Descontrai-se num sorriso,
O que era longe está perto:
Nem briga nem mau juízo!

Se o homem fala o que quer,
Sorrindo, já sem decoro,
Ela diz, como mulher:
“O nosso caso é namoro”.

Salvo se for numa festa,
Lá se portam com mais brilho,
E se o zumzum desembesta,
Dançam bem dentro do trilho.

São diferenças pequenas
Que às vezes dão bom humor,
Porém quando içam antenas.
Terminam fazendo amor.





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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, nascido no Piauí, mora em Teresina.






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