SONETO, EM VÃO...
Francisco Miguel de Moura*
A cinza e a sombra aleijam meu pulmão.
Homem, me diz. então,
de tanta pressa?
O mundo está doente e tem razão:
- Já cansado de ouvir tanta promessa!
Este poema é o sangue que me ferve
na alma do que existe, definhando...
Já não tenho suor, nem cuspe... É verve?
Atropelada, a Terra vai secando...
Só vejo o que torrou nas investidas,
tornando em cinza a flor de nossas vidas
contra si e a Natura, em toda parte.
Doente, a atmosfera vai findando,
sempre a rolar... Mas sempre e até quando
vai nos deixar morrer igual a Marte?
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*Francisco Miguel de Moura, poeta sempre
Teresina, 13/06/2022
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