segunda-feira, 13 de junho de 2022

 


SONETO, EM VÃO...

      Francisco Miguel de Moura*

 

A cinza e a sombra aleijam meu pulmão.

Homem, me diz.  então, de tanta pressa?

O mundo está doente e tem razão:

- Já cansado de ouvir tanta promessa!

 

Este poema é o sangue que me ferve

na alma do que existe, definhando...

Já não tenho suor, nem cuspe... É verve?

Atropelada, a Terra vai secando...

 

Só vejo o que torrou nas investidas,

tornando em cinza a flor de nossas vidas

contra si e a Natura, em toda parte.

 

Doente, a atmosfera vai findando,

sempre a rolar... Mas sempre e até quando

vai nos deixar morrer igual a Marte?

____________

*Francisco Miguel de Moura, poeta sempre

Teresina, 13/06/2022

 

 

 

 

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