EM DUAS
RIMAS
Francisco Miguel de Moura*
A vida nasce numa enorme
festa,
Nasce do amor, no instante
da folia
Do sexo, da paixão e da
alegria.
Mas também chora. Pra que
a vida presta?
Há confusões. Porém sobra
uma fresta
Por onde socorrer-se na
agonia,
Dá passagens na busca de
harmonia.
Há morte e vida e luzes
nessa gesta.
Há buscas ideais,
filosofia...
Indagações: Meu Deus, que
coisa é esta?
O amor a transformar-se em
poesia.
Porém morrer cantando, ou
numa sesta,
Ou ir sorrindo para uma
outra festa
É tudo quanto o homem mais
queria.
ELA, QUEM É?
Quando ela passa esconde-nos o rosto,
o corpo em forma nela é intenso lume,
mas, nos passos, derrama um tal perfume,
e olha, e fala, e ri com infindo gosto.
Quando ela vem de novo é uma esperança,
e a gente nem pressente. Está no espelho
o vulto airoso... E não se quer conselho,
nem prestar atenção quanto ela avança.
De outra vez ela passa e nem se acena
com a saudação comum de cada hora,
mesmo sentindo a graça da açucena.
Mas na última vez, vem tão sagaz,
nos entrega ao inimigo sem demora
Quem sabe se ela volta ou nunca mais?
ELA, QUEM É?
Quando ela passa esconde-nos o rosto,
o corpo em forma nela é intenso lume,
mas, nos passos, derrama um tal perfume,
e olha, e fala, e ri com infindo gosto.
Quando ela vem de novo é uma esperança,
e a gente nem pressente. Está no espelho
o vulto airoso... E não se quer conselho,
nem prestar atenção quanto ela avança.
De outra vez ela passa e nem se acena
com a saudação comum de cada hora,
mesmo sentindo a graça da açucena.
Mas na última vez, vem tão sagaz,
nos entrega ao inimigo sem demora
Quem sabe se ela volta ou nunca mais?
__________
*francisco miguel de moura, poeta brasileiro, também escreve romances, contos, crônicas e é articulista do jornal "O DIA", onde escreve todos aos sábados.
e-mail: franciscomigueldemoura@gmail.com
Um comentário:
Boa noite,Mestre!!
'"Meu Deus, que coisa é esta?
O amor a transformar-se em poesia."
Que maravilha ...
Parabens.um abraço carinhoso.
veraportella
Postar um comentário