Francisco Miguel de Moura*
A casa onde eu nasci já não existe,
Só vi pedras e pedras no lugar
E, ao lado, a sombra do menino triste,
Caçador de motivos para amar.
Amar o que está morto, amar o nada,
Amar o que se ergueu depois ruiu,
Sem pernas pra tamanha caminhada,
Sem forças pra falar nem dar um pio.
Espectro do desgosto impressentido,
Do espaço-tempo em solidão ferido,
Saudade estéril! Que saudade medras!
A casa onde nasci não mais existe
E a dor acumulada não resiste
Às lágrimas fendidas pelas pedras.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, nasceu no Curral Novo, município de Francisco Santos – PI, da Região de Picos (PI). Tem 33 livros publicados e alguns inéditos.
2 comentários:
Querido Poeta!!
Chorei emocionada ao ler teu poema...quantas saudades eu senti.
Sabes como chegar aos nossos mais profundos sentimentos.
Parabéns MESTRE... amamos você.
Beijos
veraprtella
Verinha,
sentir-me amado por você para mim é uma glória. Sabe, o maior prêmio do autor é ser lido e gostado. Eu tenho esta vaidade. E tenho orgulho de te ter como amiga-amiga.
absbjs
ch.miguel
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