quarta-feira, 26 de novembro de 2025

 


TERCETOS

 

     Francisco Miguel de Moura*

 

 

Porque dormi ao lado

de alguém só-ridente,

senti-me ser alado.    

 

Porque sonhei deitado,

num sonho imprevidente,

rolei-me ao outro lado

           

Caí no chão, pelado,

mas levantei contente,

ainda assim cansado.

           

É que dormindo amado

amei imensamente

mais do que acordado.

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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro

 

terça-feira, 18 de novembro de 2025

 


UM QUADRO, QUASE AMOR

                        Francisco Miguel de Moura*

 

Jura(va) a si, mas não jurou a mim,

Pobre e sedento para o seu amor,

Tão d’olhos negros e morena pele

Abrasada de sol pela janela,

Um sol tão necessário - de verão,

E, mais linda, você transparecia.

 

Se teus olhos enganavam (como sei?),

As tuas mãos entrelaçando as minhas, 

Me diziam que não e não, e não! 

 

Quente era o seu fogo e meu odor

Que, tão rápido esvaiu-se qual um sopro

Como um raio riscando a minha vida...

 

Tímidas palavras ciciantes, sim,

Doces, tão doces me inundaram a alma

E subiram-me aos olhos apertados,

E só quase um momento, e se apagaram,

Quando espocou, em força de vulcão,

Da boca de um alguém que lhe guardava.

 

Dois corações ali sobressaltados

Como esqueletos bem por trás do medo 

das armas de teu pai, de teu irmão.

Hoje, depois de tantos anos meus, 

não esqueço o tal beijo fugidio, 

quase cheiro... Era pouco e me deixou

em mim e em ti, talvez (quem sabe?)

a cicatriz do que não pôde ser.

_____________

*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, sim, senhor..

 

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

 


POEMA DA INQUIETUDE

               Francisco Miguel de Moura*

 

Ai, que vontade de jogar ao mar

os suspiros presos no ventre,

as dores caladas,

as palavras interditas

e aquelas que não foram ouvidas,

e as trevas que se acenderam

no espírito,

numa estação de raiva e desespero!

 

Que fossem para o fundo profundo

da purificação,

e meu amor nascesse novo,

vindo ninguém sabe donde,                          

de há trilhões de anos.

E a bondade cobrisse

as faces da terra.

Iluminassem o sol e a lua

eclipsando todas as maldades,

ao encontro da verdade do universo...

 

Assim teria um Deus

com quem andar conversas

e arrebanhar presentes

para os futuros homens inquietos.

 

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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro

sábado, 30 de agosto de 2025

 

                                               2 fotos do autor, francisco miguel de moura

DA VIDA E DA MORTE

                   

                Francisco Miguel de Moura*

 

Há quem busque esta vida noutra vida,

e são felizes recriação da morte.

E quem encontre a vida na antemorte,

e são felizes plenamente em vida.

 

Por que preocupar-se com a tal morte,

se ela vem no seu tempo como a vida,

ou depois. E se o ser está sem vida,

logo o engana e faz dele vida e morte?

 

Há quem, afadigado pela vida,

transforme a vida-vida em vida-morte

e passe uma existência sem ter vida.

 

E há quem viva a dissecar a morte

pra saber se depois da vida há vida,

ou se depois da morte tudo é morte.

 

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 *Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro.

 

 

quinta-feira, 12 de junho de 2025


 

MORENINHA

  

       Francisco Miguel de Moura*

 

Moreninha d’olhos grandes,

consumi-me em teu espelho.

 

Nunca tive um bom recado

quanto o teu, adolescente!

Não era a nossa missão,

por isto rezamos terços

quando tudo apareceu.

 

Foste para mim a bênção

das que caem lá do céu,

não apenas em um ano,

mas num século, talvez!

 

Qual de nós era o cometa?

 

Acreditar é tão bom

e eu em ti acreditei

como anjo e ser humano.

 

O tempo é o grande cruel:

O que se passou, perdeu-se.

_________

 

*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro.

segunda-feira, 5 de maio de 2025


PARA O DIA DAS MÃES

                   Francisco Miguel de Moura*

 

Minha querida mãe Dona Zefinha,

Doce no amor e brava no castigo,

Com o chinelo na mão (hoje nem ligo)

Por ser mãe, ser bondosa e por ser minha.

 

À sua sombra, eu fui muito mimado,

Sem ela, o mundo me aborreceria,

Pois pobre e feio... Assim, onde alegria?

Mesmo assim, eu cresci bem humorado.

 

Minha mãe, você era tão bonita,

Os seus vestidos de algodão ou chita

Alegravam meus olhos, noite e dia.

 

Os seus olhos castanhos, com ternura,

Eram pra mim um céu. Quanta ventura,

A vida inteira, eis tudo o que eu queria.

                               

                                        The, PI, mai.2025

___________

 *Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro.

 

 

quinta-feira, 10 de abril de 2025

 


AMOR, AMORES

         Francisco Miguel de Moura*

                 (Para Mécia, no seu níver)

 

O amor não me envergonha,

seja botão ou fruta, dia a dia...

Quero tê-lo a todo instante

e dizer em parabéns e vivas,

mesmo em silêncio e poesia,

como agora, cheio de sua graça.

E é este amor que lhe ofereço,

oh minha estrela Mécia,

de toda a minha vida!

Amor cheio dos laços/anos

que felizes vivemos, que vivi.

Seu aniversário é alegria

E alegria é mais que festas.

Eu já sei do caminho, ora, eu sei!

Tento dizer, em  curtos versos

Cheios de amor pelo seu “niver”.

 

                   The. 10 de abril de 2025

 

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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro.

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