segunda-feira, 29 de setembro de 2025

 


POEMA DA INQUIETUDE

               Francisco Miguel de Moura*

 

Ai, que vontade de jogar ao mar

os suspiros presos no ventre,

as dores caladas,

as palavras interditas

e aquelas que não foram ouvidas,

e as trevas que se acenderam

no espírito,

numa estação de raiva e desespero!

 

Que fossem para o fundo profundo

da purificação,

e meu amor nascesse novo,

vindo ninguém sabe donde,                          

de há trilhões de anos.

E a bondade cobrisse

as faces da terra.

Iluminassem o sol e a lua

eclipsando todas as maldades,

ao encontro da verdade do universo...

 

Assim teria um Deus

com quem andar conversas

e arrebanhar presentes

para os futuros homens inquietos.

 

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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro

sábado, 30 de agosto de 2025

 

                                               2 fotos do autor, francisco miguel de moura

DA VIDA E DA MORTE

                   

                Francisco Miguel de Moura*

 

Há quem busque esta vida noutra vida,

e são felizes recriação da morte.

E quem encontre a vida na antemorte,

e são felizes plenamente em vida.

 

Por que preocupar-se com a tal morte,

se ela vem no seu tempo como a vida,

ou depois. E se o ser está sem vida,

logo o engana e faz dele vida e morte?

 

Há quem, afadigado pela vida,

transforme a vida-vida em vida-morte

e passe uma existência sem ter vida.

 

E há quem viva a dissecar a morte

pra saber se depois da vida há vida,

ou se depois da morte tudo é morte.

 

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 *Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro.

 

 

quinta-feira, 12 de junho de 2025


 

MORENINHA

  

       Francisco Miguel de Moura*

 

Moreninha d’olhos grandes,

consumi-me em teu espelho.

 

Nunca tive um bom recado

quanto o teu, adolescente!

Não era a nossa missão,

por isto rezamos terços

quando tudo apareceu.

 

Foste para mim a bênção

das que caem lá do céu,

não apenas em um ano,

mas num século, talvez!

 

Qual de nós era o cometa?

 

Acreditar é tão bom

e eu em ti acreditei

como anjo e ser humano.

 

O tempo é o grande cruel:

O que se passou, perdeu-se.

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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro.

segunda-feira, 5 de maio de 2025


PARA O DIA DAS MÃES

                   Francisco Miguel de Moura*

 

Minha querida mãe Dona Zefinha,

Doce no amor e brava no castigo,

Com o chinelo na mão (hoje nem ligo)

Por ser mãe, ser bondosa e por ser minha.

 

À sua sombra, eu fui muito mimado,

Sem ela, o mundo me aborreceria,

Pois pobre e feio... Assim, onde alegria?

Mesmo assim, eu cresci bem humorado.

 

Minha mãe, você era tão bonita,

Os seus vestidos de algodão ou chita

Alegravam meus olhos, noite e dia.

 

Os seus olhos castanhos, com ternura,

Eram pra mim um céu. Quanta ventura,

A vida inteira, eis tudo o que eu queria.

                               

                                        The, PI, mai.2025

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 *Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro.

 

 

quinta-feira, 10 de abril de 2025

 


AMOR, AMORES

         Francisco Miguel de Moura*

                 (Para Mécia, no seu níver)

 

O amor não me envergonha,

seja botão ou fruta, dia a dia...

Quero tê-lo a todo instante

e dizer em parabéns e vivas,

mesmo em silêncio e poesia,

como agora, cheio de sua graça.

E é este amor que lhe ofereço,

oh minha estrela Mécia,

de toda a minha vida!

Amor cheio dos laços/anos

que felizes vivemos, que vivi.

Seu aniversário é alegria

E alegria é mais que festas.

Eu já sei do caminho, ora, eu sei!

Tento dizer, em  curtos versos

Cheios de amor pelo seu “niver”.

 

                   The. 10 de abril de 2025

 

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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro.

sábado, 22 de março de 2025

 



RESISTÊNCIA

                   Francisco Miguel de Moura*

 

Ao pouco que me resta é que me ligo,

Vendo a vida, o amor, e não me intrigo.

 

Ao que me vem de fora e eu não sigo

Embora, em seus minutos, tudo arquivo.

 

Tenho as lições passadas como abrigo

E as dores todas como meu castigo.

 

Peço perdão a Deus, longe o inimigo,

Pois isto não me abala nem  abrigo.

 

Do muito, quero pouco, e do perigo

Que a vida me prepara, eu nada digo.

 

Quero viver cantando... E se consigo,

Versos eu faço pra o melhor amigo.

 

                  Teresina, 21/03/2025 (Dia da Poesia)

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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

 


A SEGUNDA NAMORADA

          2ª versão)

 

                     Francisco Miguel de Moura* 


Não sei se ela me veio por primeiro

No afeto da menina que se quer.

Está tão longe o tempo e seu mister...

O pensamento é um grande viajeiro.

 

Sei que era linda e tinha gosto e cheiro

Diferente das outras. Nem sequer

Nos beijamos. Porém, de longe, o ser

Encontra o outro que o completa, inteiro

 

Em juventude, em luz, em força e mais,

Naquela idade em que se não tem paz

Por causa de um hormônio que atropela.

 

Sei que inda choro o ontem, hoje, agora.

Tão diferente foi, quem joga fora?

Como esquecer os olhos de Arabela.


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* Francisco Miguel  de Moura, poeta brasileiro

 

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