GUARDANDO...
(Soneto sem rimas)
Francisco
Miguel de Moura*
Guardo há tempo retalhos da memória
nos ingênuos versos que me inspiram,
guardo o que não quero, mas sem jeito,
guardo os meus vexames, meus suspiros.
Guardo dores pesadas, pois não grito,
e os castigos do berço até agora.
Guardo o que consumo e o que mastigo,
Desde a manhã à noite... Onde deliro...
Já repleto de dor, de amor de menos,
já cansado de abrir e fechar portas,
já falando sem ter quem queira ouvir.
Abro o livro da mente... E me alivio
da riqueza guardada inutilmente,
e me fecho pra o mundo... E sobrevivo.
Teresina, 23.nov.202.
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*Francisco Miguel de Moura, o poeta em
horas aziagas.
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