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PORTO
SOLIDÃO
Geovane Leal*
Sem
ter o vento a favor
Perdido
em algum momento
O
barco da minha vida
Sem
carga de pensamento
Vagueou
no oceano
Sem
leme, rumo nem plano
Em um
mar de sentimento
Sem
ter a noção do tempo
Viveu
diversos enredos
Só no
mar do coração
Guardou
tamanhos segredos
E a
cada dia que passa
Quando
a saudade lhe abraça
Traz
de volta muitos medos
Não
encontrou nem um cais
Mas
também não naufragou
Porém
nunca recebeu
Aquilo
que ele ofertou
Por
andar tanto sem tino
Nunca
será o destino
De
quem ele tanto amou
Vida
que vai, nunca vem
Carregada
de emoção
De
erros, quase sem glórias
Insensato
coração
Que
esteve em barco furado
Mas
que não fica ancorado
Em um
porto solidão.
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*Geovane
Leal é poeta e membro da Academia de Letras do Vale do Riachão.
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