quinta-feira, 16 de dezembro de 2021


 

O SER É O PESO

      Francisco Miguel de Moura*

Se

não valho o que peso,

no chão me esparramo.

Meu peso é o desprezo

das noites e dias,

por horas calado,

no sossego do não...

Meu peso é o desejo

que se foi em vão.

Despedi bocejos,

no vale sem chão.

Do branco da sala,

é donde me parto

em traços-pedaços:

O ser e o ser não,

sendo por ter sido

nos poemas chãos.

Onde o peso-pluma?

Me fecho incapaz

no livro sem linhas

de criança a menino,

e do jovem rapaz,

em seus desatinos.       

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*Francisco Miguel de Moura, poeta e prosador. 

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