francisco miguel de moura
Não me perguntem “quem sou?”
Fui
não vou descer nem voltarei
a um mundo que rui
por trás de fábulas,
rainhas, princesas, santos, reis
e paredes.
Acreditar me dói,
tudo está para os outros...
Sim, os que viveram
as mesmas ficções mortais,
as mesmas ilusões fatais.
Vejo-me no alheio espelho,
como se a contra-face:
- O rótulo que calçam,
a etiqueta que vestem,
o vinho que entornam,
a cerveja que arrotam,
o mercado, a propaganda,
a arte não-barroca, oca,
os gritos da tevê
onde ninguém me vê.
Não! Nada sou para
sepulcros enfeitados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário