segunda-feira, 19 de setembro de 2016

A PSICOPATIA, UM MAL QUE NOS ASSUSTA


Francisco Miguel de Moura* 

           Cuidado com pessoas que têm duas caras! Entre mil, há um psicopata, estatística feita por vários órgãos da imprensa. Estatística é estatística, mas, pelo sim e pelo não, é melhor não confiar em qualquer pessoa que você encontre, tenha visto várias vezes ou não. Ou mesmo com pessoa com quem vive socialmente, o dia-a-dia, familiar, ou não. Preste atenção aos seus pequenos atos, suas atitudes e até seu silêncio.
Ainda hoje se pergunta como é o cérebro de um psicopata. Igual ao das pessoas ditas normais? Quem já estudou isto profundamente?  A ciência deveria responder, mas até agora não disse nada com clareza, não trouxe nenhuma certeza.
Psicopatia é um desvio da mente, um conjunto de traços específicos de personalidades que, comumente, mostram a inadaptação social, por condutas reprováveis e até criminosas, levando boa parte à cadeia e aos hospícios. De qualquer forma, é um indesejável à sociedade, por mais inteligente que seja. Entre os norteamericanos, 25% dos prisioneiros são psicopatas. Não deve ser diferente nos demais países.
O psiquiatra americano, Dr. Hervey M. Cleckley, do Medical College, da Geórgia, descreveu em 1941, que a psicopatia pode ser considerada pela observação de um conjunto de comportamentos e traços específicos da personalidade, assim enumerados: a) pessoas que, à primeira vista, causam boa impressão; b) costumam ser egocêntricas e indignas de confiança; c) divertem-se com o sentimento alheio; d) sempre têm desculpa para os seus desvios e descuidos, em geral culpando outras pessoas: eles não têm culpa de nada. e) raramente conseguem frear seus impulsos.
Há dúvidas se a maioria dos psicopatas são homens ou mulheres. Essa proporção é inteiramente desconhecida pelos especialistas, embora as estatísticas de hoje sejam em torno dos homens.
Em 1976, a antropóloga americana, em estudo na Universidade Harvard, conta uma experiência que fez com uma tribo, no Estreito de Bering. Perguntando ao chefe da tribo o que eles faziam com pessoas dessa natureza – que nós chamamos de psicopatas. Resposta: “Alguém de nós o empurraria para a morte, quando ninguém estivesse olhando”.
Não é assim que a nossa sociedade trata os psicopatas. Mesmo sendo pessoas sem respeito pelo outro, fazendo o que lhe vier na cabeça, inclusive os chamados de “sirie killer”, assassinos em série, muitas vezes seguidos ou antecedios de estupro. Perigosos também são os que são aficionados pelo poder, no caso os políticos, ladrões, mentirosos, formadores de quadrilhas (“não vi nada, não sei de nada”, por que não lembrar aqui a frase repetidíssima de Lula). Enfim, de uma forma ou de outra, todos oferecem perigos. Mas, para o reconhecimento de um psicopata é preciso cautela; nem todos os criminosos são psicopatas, assim como nem todos os políticos o são. É preciso observação e conhecimento de sua vida pregressa, de seus atos, de sua vida etc. A psicopatia será herança genética? Tem cura? Há tratamento para o mal? A imprensa e as próprias publicações científicas nunca mostraram exemplos de psicopatas curados.  De drogados que se curam, sim; de assassinos que se arrependem, sim; de políticos que chegaram ao conhecimento e ao cúmulo de um Hitler, de um Bin Laden e de outros que tais – até agora, não.
A gente, de cá, do nosso escritório, de nossa casa sossegada, fica pensando e sofrendo, quando acontecem guerras e ataques tais como os recentes das França, Bélgica, da Síria e de outros países, Indignados com os “feitos” terroristas do Islã. Todos os que preparam as guerras terão um comportamento psicopata?  Perguntamos também por que os talibãs fazem o que fazem, por que em alguns países do Oriente, especialmente os árabes, preparam jovens quase crianças para uma tal de “guerra santa”, a favor de Maomé e do Islã. Entregam, a cada uma dessas crianças, armas e bombas metendo em suas cabecinhas que quanto mais matarem mais virgens terá lá no céu, a seu dispor.
As ideologias têm feito tanto estrago na humanidade que nos apavora, a comunista, a nazista, a fascista, a dos adeptos de Maomé, quando interpretam seu Alcorão de forma tão estúpida. A nossa própria fé cristã, a Religião Católica, na Idade Média, e muito antes, praticou enormes crueldades, levando pobres desvalidos à fogueira da Inquisição. “E assim caminha a humanidade!”, famoso livro que conta a história de nós todos no mundo, esse caldeirão que diria do inferno, se a maioria fosse doente, fosse psicopata, fosse cruel. Infelizmente a maioria sofre e, mesmo sofrendo, admira a fortaleza dos que permanecem humanos. Será que não estamos seguindo o preceito natural de que somos dotados de razão, somos irmãos no sangue, na pele, nos ossos e na alma?   As outras espécies animais não parecem com o homem em crueldade e nos desvios do seu natural, senão em casos muito específicos.    
Como que mostrando a veracidade do pensamento com que iniciamos esta redação, verifica-se no filme “O Silêncio dos Inocentes”, na interpretação do ator Anthoni Hopkins, que a face completa do Dr. Hannibal Lecter (personagem psicopata) aparece bipartida: metade clara com dois dentes de vampiro e metade escura (com um olho de olhar nublado).  
Por fim, é bom não esquecer: “Quando tiver que decidir em quem confiar, tenha em mente que a combinação consistente de ações maldosas com freqüentes jogos cênicos por sua piedade praticamente equivale a uma placa de aviso luminosa plantada na testa de uma pessoa sem consciência”. (Ana Beatriz Barbosa Silva, “Mendes Perigosas”, p.63) 
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* Francisco Miguel de Moura* escritor, membro da Academia Piauiense de Letras.

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