sábado, 8 de setembro de 2012

SEUS OLHOS ME CANSARAM...

Francisco Miguel 
de Moura*


Meus olhos me secaram, ai, que chato!
Imagem sobre imagem, sarrabulho.
Nenhum olhar me olha firmemente,
São para o alto como se estivessem
Olhando para o nada absoluto.

A telinha só fala o que não pensa:
- “Somos mais de cem canais,
Come do que te meto na guela,
E se não mata, enfim, te engordarás,
E eternamente tu estarás em tela...”

Vejo o que não vejo e nem quero
Ouço o que não posso responder.

E tu, artista, longe e perto de mim,
Vendes beleza e também cansaço,
Quando desces pra terra, de olhos baços,
Não te vês nas mentiras da tevê.

Tevês, artistas e celebridades
Ditam regras, ditam palavreado,
Ditam roupa, ditam de um tudo:
Ditadores deste eu, um mal-amado,
Na falsidade e falsa idade, tchê!

Mesmo assim, vivem quais ditadores!
- “Melhor que ontem!” - Que louvores!
Minha alma está cansada de te-vê!
Ela precisa olhar o céu... Absoluto.


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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, residente em Teresina, Piauí, Brasil, 

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