terça-feira, 10 de agosto de 2010

2 POEMAS DE FRANCISCO MIGUEL DE MOURA

TRADUÇÕES PARA O RUSSO 
Tradutor:- Adolf P. Shvedchikov

 




POEMAS ORIGINAIS
AMO E ODEIO

        Francisco Miguel de Moura

A manhã é meu espelho:
- Odeio as coisas feitas,
quero-as todas por fazer.
Odeio o que é eleito,
quero é constrangê-lo.
Odeio o preço de mercado,
quero a liberdade sem recado.
Perfeição, repetição, alienação...
Odeio o único e o todo,
amo apenas o singular
entre tantos e outros.
Quase morro de tédio
por ter criado objetos, abjetos
porque não tinham arte.

Amo ser pleno e livre,
com uma felicidade sem remédio.

Ou o dia que não se repete.


DOR SEM NOME

     Francisco Miguel de Moura

Minha dor é bem maior
que a dor do mundo inteiro:
– Uma dor muda.

Minha dor é só minha,
não posso reparti-la.
Quem pode me ajudar,
quem pode ouvi-la?

Minha dor não brilha, é só fumaça.
Minha dor dói mais, que me ensurdece.
Dor que vem da alma e parte o coração,
depois se volta para dentro a passos.

Minha dor sou eu, castigo sem pecado,
me mói, me seca, me mutila.
Dor inominada
que vive, revive e nunca morre viva,
que morre e remorre e nunca morta nasce.
_________________
Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, membro da IWA (International Writers and Artists Association), com sede em Toledo, OH, Estados Unidos da América. Correspondência para: 64049-650 - Av. Jz.João Almeida, 1750 - Teresina, PI, Brasil. E-mail; franciscomigueldemoura@superig.com.br 

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