m constante confr
onto dialético. Assim, ora autor e dono da tessitura, ora presa da intrincada Teia, o leitor rende-se ao fantástico e lança os olhos para dentro de si, para a “desértica” dimensão chamada Adeleine, de onde, numa linh
a de tensão permeada de alegorias, afloram mitos, fantasmas, signos de desafiadores aforismos. Dentre estes, a própria Adeleine.
ssitura de múltiplas metamorfoses e significações cujas reverberações atingem o leitor, levando-o a experimentar percepções plurais que só os sensores da linguagem são capazes de configurar e transfigurar.
esse talentoso romancista compor tão mágica película, tão viva e lapidada Pedra."
(Wanda Monteiro, Rio de Janeiro/Belém).
delineamento corriqueiro, pela referência fácil. Com estrutura muito bem construída, A Pedra de Babel é polifônica, uma incursão ao deserto de si, analogia da vida de todos. Mas tudo o que se possa dizer sobre o romance corre o risco da insuficiência, do apenas tangenciar o tamanho imenso da metáfora. Remete à espera ativa pelo que não se sabe ao certo sobre a existência. O amor? A divindade? O próprio sentido da vida? Aliás, lemb
ra o compasso de espera do excelente A Fera na Selva, de Henry James. A forma se aproxima da escrita dos mestres. Lem
brará Borges, talvez Rulfo, ou ainda o discurso interior de um Joyce. É um livro destinado ao sucesso! É para prêmio! É um presente para quem tiver a honra!”
(CeciLia Cassal, Porto Alegre).
“Edilson Pantoja, num pleno domínio da narrativa romanesca e perspicaz desconstrução, faz-nos oblação do material usado na construção da torre de Babel. Em seu romance polissêmico, as credenciais da arte literá
ria se metamorfoseiam entre metáforas e metonímias filosóficas na luz-fumaça-fogueira do farol adeleinico. Edilson é m
ais que a revelação de um romancista. É o construtor-timoneiro, carpinteiro-naval-amazônico da nova Babel: mestre de obras escancaradas para o mundo de uma importante e necessariamente renovada exegese literária. Filósofo entre filósofos, produz literatura das boas, das que eu gosto, aplaudo, fruo! Trabalha para nos inquirir sobre o abis
mo, a existência, o mistério, o ser, essência, o verbo, a palavra. E não surpreende: Edilson sabe onde pisa”
(Salomão Larêdo, Belém do Pará)
todos nós, presos nos infinitos desertos da nossa solidão? Será o sonho a nossa única saída? E, nesse sonho, seremos actores de uma peça cujo tu é o resto do mundo? Um romance exemplar.”
(Geraldes de Carvalho, Azeitão, Portugal).
rever era tarefa para filósofos. A Pedra de Babel me fez recordar desse tempo. Real? Inventado? Edilson Pantoja faz filosofia como quem faz literatura? Ou faz literatura como quem faz filosofi
a? Ou ambos?” (Marcos Pardim, Salto, São Paulo)
e tantas realidades delirantes espraia-se nosso deserto de sentido na palavra de Edilson Pantoja. Depois de seu Albergue Noturno, que já nos transportara a espaços de crescente esvaziamento do ser nos intensos e crus monólogos do Doutor Lutero Dias, o Rapsodo d
e Marajupema agora mostra a angústia bem menos cômica a que chegou o humano-ser após tanta tentativa de moldar o mundo e conhecer-se pelo “eu”. O indivíduo faliu, encontrou-se e não se agradou do que viu e pensou. Prosa preenchida em cada fresta com cuidadosa, mas desmesura
da consciência, que fugiu do controle, pelo amor à arte de buscar dizer o mais simples e inefável, A Pedra de Babel não se deixa seduzir
pela atual moda literária de chocar, inventar jeito novo e apenas diferente de falar; tão somente conta na voz de um comandante náufrago, cujo universo ri de todas as idéias e hábitos, que o desafio é recriar-se esquecendo-se, que julgar de nada vale, que a personalidade faz-se como mitos e cai como estes, e, sobretudo, que poesia é o pouco de sensatez que nos resta dentro de uma linguagem corroída, petrificada, emudecida. A maior confusão de todas é o silêncio do ser, e aqui o encontramos.
(Ricardo Torres, Belém-Pa.).
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