
DOR INOMINADA
Francisco Miguel
de Moura*
Minha dor é bem maior
que a dor do mundo inteiro:
– Uma dor muda.
Minha dor é só minha,
não posso reparti-la.
Quem pode me ajudar,
quem pode ouvi-la?
Minha dor não brilha, é só fumaça.
Minha dor dói mais, que me ensurdece.
Dor que vem da alma e parte o coração,
depois se volta para dentro a passos.
Minha dor sou eu, castigo sem pecado,
me mói, me seca, me mutila.
Dor inominada
que vive, revive e nunca morre viva,
que morre e remorre e nunca morta nasce
Versão de Teresinka Pereira*
Ho molto più dolore
Del mondo intero:
- È um dolore silenzioso.
Ed è mil soltanto.
Non posso condividerlo.
Chi mi potrebbe aiutare,
chi mi ascolterebbe?
È solo fumo.
Il mio dolore è penoso
e mi rende sordo.
Proviene dall’animo
e mi espezza il cuore
poi se ne ritorna nell’interno.
Il mio dolore son mi stesso,
punizione senza peccato,
mi opprime, me disseca
e mi maltratta,
è um dolore senza nome.
Vive e rivive ancora -
ma non uccide!
_____________
*Teresinka Pereira, poetisa e tradutora brasileira, mora no Estados Unidos, cidade de Toledo, Ohio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário