quarta-feira, 23 de abril de 2008

ADEUS DE ROSA

Francisco Miguel de Moura*

Porque tristeza, ao nascer?
Uma
rocha porque firme,

Uma onda porque dança,
Uma luz por acender

A passar por vagalume.

No jardim, casa, caminho,
Em qualquer parte, perfume.

Não me estorve,
Sou quadrado,
Não sei sobrenomes, li-os.
Nem inventar sei algum.

Nascente da manhãzinha,
Morreu lá pela tardinha,
Era cedo pra morrer,
Cair pendente, pendendo,
Em desmazelo.

Murchou meu olhar sem ver
Aquilo que me dizia (sem dizer),
Aquilo que me encantava (sem saber),
Sequer sem me dar aviso.

Sei adeus de rosa: cheiro.

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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, mora em Teresina, Estado do Piauí.

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