segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

CARTA DE CARLA EZARQUI


Borborema (SP), 16 de setembro de 2005


Caro amigo Francisco Miguel de Moura:

Um tanto envergonhada pela ausência, retorno a escrever-lhe, pois já estou morrendo de saudades.

As obrigações são muitas, o vestibular está chegando e a cada dia me vejo mais desesperada, apesar de estar muito bem.

Recebo frequentemente suas publicações e agora me dou o prazer de comentá-las.

Todos Somos Políticos mostrou-me outro potencial seu que eu desconhecia. Embora nos acabe irritando falar sobre política e principalmente sobre a triste “origem” do Brasil e seus primeiros anos, se faz necessário uma vez que o nosso povo precisa abrir os olhos e parar de se orgulhar simplesmente por estar exportando “jogadores, sem nenhuma política que leve o sentimento de amor à pátria”.

A visão abrangente e seu discernimento espantaram-me. Que trabalho maravilhoso, de ótima qualidade mesmo!

Outra frase que me chamou a atenção ainda nesse texto foi: “Educação moral se aprende em casa, depois é que vem a escola por complemento”. Quantos e quantos pais ainda não aprenderam isso! Quão pobre é o nosso rico país!

O texto fez-me refletir sobre coisas que nunca havia parado pra pensar. Como pode uma nação tão “poderosa”, não ter conquistado seu espaço?!

A Lua é uma crônica de perfeição tamanha que, mesmo já conhecendo seu potencial, me surpreende como um ser humano pode criar coisa semelhante. Realmente vivemos das banalidades. Eu às vezes me pergunto como o que parece ser um simples papel com algumas palavras pode mexer tanto comigo? São palavras tão simples, mas por outro lado, possuem significados tão profundos e com mensagens tão importantes para nossa vida, que me vejo morta sem elas. Ainda mais com o “mundo de luto”, não há coisa melhor pra colorir nossa vida do que uma boa leitura e é claro um bom entendimento.

Ao ler Na avenida senti haver algo muito real na narração do fato. Isso aconteceu? Como também me identifiquei muito, pois vivo a pensar e não sei por que gosto de andar sozinha pelas ruas, principalmente quando vou caminhar (comecei há um mês aproximadamente), assim ninguém interrompe meus pensamentos; também não me considero anti-social, mas muitas vezes me admiro de estar me sentindo bem dentre tantas pessoas desconhecidas. Enfim, adorei a crônica.

Aguardando notícias suas. Despeço-me, deixando-lhe um abraço mui carinhoso.

A amiga e a grande apreciadora da boa leitura,

Carla Ezarqui

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Carla Alexandra Ezarqui é estudante do curso superior, mora em Borborema-SP, escreve poesias e pretende formar-se em letras.

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