sexta-feira, 29 de julho de 2022

 

     À SOMBRA DO SILÊNCIO

 

          Francisco Miguel de Moura*

 

À sombra do silêncio eu me arrepio

à sombra do silêncio me produzo,

à sombra do silêncio não me abuso,

à sombra do silêncio é que me afio.

 

À sombra do silêncio, eu constituo

a mesmice que a vida me concede,

à sombra do silêncio tenho a rede

que não ringe, e meu sonho continuo.

 

À sombra do silêncio eu me desnudo

do que tenho de mau, ai, não me iludo!...

Desprendida de tudo, a alma se aquieta.

 

À sombra do silêncio, podem crer,

vivo em paz, crio em paz e vou morrer...

Que a sombra do silêncio me completa.

      ___________

Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro.

Este soneto é o primeiro poema de meu livro inédito

que têm o mesmo título)

 

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