AFETOS
Francisco Miguel de Moura*
No meu caminho há pedras
pedras sobre
pedras,
águas secas, fogo por dentro,
amor por fora, numa arena.
Há lágrimas com lágrimas
sem luz nem ar, nem cor.
Encontro os desencontros
e descaminhos que não
vão para lugar algum.
Se eu sou o caminho
estou perdido e ungido,
para sempre, no torvelinho
dos desumanos tufões.
E, se a morte há de salvar,
estou salvo dessas dores
dos afetos desumanos,
No meu caminho não há dúvidas.
Elas morreram sem pressentimentos.
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*Francisco
Miguel de Moura, poeta do mundo sem nome,
nem verso, nem anverso.
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