quinta-feira, 28 de janeiro de 2021


 

OCEÂNICA

         Francisco Miguel de Moura*           

                                      

Na partida, um  oceano  de revolta

cala meu peito em descontentamento.

– Vais aonde? – eu  pergunto – onda  tão solta? 

E ela me corta o coração  por dentro.

 

Sou areia, sou rocha e, em meu tormento,

choro e declamo, e o fogo me devora;

qual vulcão que nos mostra o epicentro,

outro vulcão me nasce aqui por fora.

 

Na partida, eu prometo consolar-me

do vácuo que me tolhe. E, sem alarme,

no amor a Deus apenas me concentro.

 

Meu mundo é solidão, é só  saudade

de quem levou minha tranqüilidade,

de quem  partiu meu coração por dentro.

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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, mora no Piauí, Brasil,  mas já foi publicado em outros países como Portugal, Espanha, França e Estados Unidos da América  do Norte.

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