domingo, 7 de junho de 2020

O TEMPO E A DOR


    Francisco Miguel de Moura*
Autor e foto


A dor maior me dói sem estalos,
e se instala em pingos perdidos
do corpo, e flui, e derrama
em sombra de escuro zumbidos...

A dor vem por nossos espantos
broncos, díspares... E, em corrida
sem fundo, e é águia dos montes,
aos fossos do mundo... Asfixia...

Dor - que vala enorme! Desumana,
o mor desengano, em precipícios...
E o tempo? - Eis o grande oceano
onde as águas se afogam, morrendo...
E morrem! Eis o fim dos princípios...

A dor não cria calos... E em descendo,
 se agarra ao seu tempo... Dolor(ido)!...
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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, mora em Teresina, PI, Brasil. Este poema foi concebido em 07/06/2020.


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