Francisco Miguel de Moura*
Antes, recordo-me a subir
o morro,
Pegado pela mão de uma
menina.
O silêncio nos vinha por
socorro:
Mesmo assim se corava
Francelina.
Subíamos o céu da nossa
infância,
Tudo era leve como o vento
leve.
Em nossos corações, desejo
e ânsia
Do viver tão gostoso por
tão breve.
Descer do céu não lembro
como fora,
Descemos juntos para a
vida. E embora
Tenha sido de tempo o meu
sorrir,
Bem que inda choro o ontem
que é agora.
Tão ledo como foi, quem
joga fora!
O que existiu há sempre de existir.
*Francisco Miguel de Moura, poeta e prosador brasileiro, intimamente conhecido como Chico Miguel
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