Francisco Miguel de Moura*
Na multidão contínua
dos segredos,
Antes da nudez, já
chora a criança,
E mexe-se entre
palmadas futuras,
Que vão lhe selar
o bumbum branco.
Os mortos choram
antes de morrer,
Depois, já não
podem nem sabem...
O que fazer? A inquietude
é vã.
Mortos e nascituros
se parecem:
Seguindo caminho escuro,
mexem
Do princípio ao
fim: Que terrível!
Um cria a
confiança (olhos não abrem),
O outro, na mais
profunda fé, se fecha.
Quer nasçam para o
que não sabem,
Quer morram para
tudo o que ficou,
São perdas e mais perdas,
são vinganças...
Naturais da carne?
Ou de onde, então?
São a viva
esperança unida, à toa.
Como o puro e o
impuro que se bipartem,
Qual seja claro-escuro,
ou escuro-claro,
No vai-e-vem da
virtude ou do pecado,
Algo há de ficar:
- substrato eterno, vida...
Palmas, pois, aos
mortos e aos nascituros,
Indo ou vindo, na
esperança estão seguros.
Contatos: franciscomigueldemoura@gmail.com
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