Francisco Miguel
de Moura
1
Solon tem uma fazenda
Onde estivemos um dia,
Depois do café, a agenda,
E ele próprio de guia.
Eu e ele (e a Mécia ia):
Um passeio de encomenda,
Em tão calma companhia,
Aos dois lagos e à fazenda.
Nunca vi tanta beleza!
Juntos a gente descia
A trilha, que por surpresa,
Ninguém cair não caía.
Água fresca para o banho:
Como a gente se extasia!
Oh! tempo bom sem tamanho,
Sol nascente, um belo dia!
Se houvesse tempo pro banho,
Oh! A gente banharia!
Assim mesmo, quanto ganho
Vendo a água que escorria.
Em dois, o lago se abria
E os peixes... Quase
um apanho
Com a mão, que já tremia
Ao o vento fresco tamanho!
Àgua limpa, sem arranho...
O morro ao longe extasia
E o cheiro da mata, o ganho
Que a fazenda oferecia.
Descrevendo seu amanho,
Perguntei por sapo e jia,
Das que saltam e, em rebanho,
Cantam de noite e ou de dia?
- "Só na noite sem tamanho...
E os pássaros vêm de dia,
Eles cantam, com assanho,
Na madrugada mais fria.
Mais tarde vem o rebanho,
Todos cheios de alegria,
Buscando rações e amanho
Trazendo cantos de orgia".
Dias alegres... Que ganho!
Tão logo que rompe o dia,
Quando é noite, já me apanho
Em Jaicós, minha guia.
2
Agora mudo de rima,
Pra mostrar o passadiço
Que a gente salta por cima.
Facas em cruz... É, por isso,
O sinal de paz que anima
A gente... Não fico omisso...
Saltamos os três por cima,
Sem milagre nem feitiço.
Serviçal também havia
Para fazer seu serviço:
Uma porca que grunia
Uma porca que grunia
E um cachorro nada omisso.
Na casa cobra não ia
Por causa do passadiço
E da cerca que o seguia,
Para não furar o seu viço
Bastante perigo eu via,
Mas enfrentei sem feitiço
Vencendo o perigo, eu ia
Saltando em chão movediço...
De areia e pedra... Era isso
Que no outro lado havia.
Na volta, sem compromisso,
O mesmo salto eu fazia.
No salto pra dentro, ou isso,
Uma bela casa havia,
Casa limpa, por serviço
Do serviçal que o servia.
3
Agora, pra terminar
Deixe-se a rima de lado:
Sua viola foi tocar
E nós ouvindo a seu lado.
Tomamos cerveja e vinho
Ouvindo o tom da poesia...
Não precisou de adivinho
Pra predizer a alegria.
Maior alegria a nossa,
Por tão poética poesia,
Alegre sem fazer mossa,
Olhou... Voltar quem queria?
O dia estava em metade,
Voltou-se... Era um euforia,
Para o almoço de verdade
Que ele mandava e servia.
Solon tem tão alta estima
Por fazer tudo o que faz...
Muito obrigado não rima
Mas nossa presença traz.
Agradecendo ao Solon
Com estes versos na mão,
Por tudo o que faz de bom
Por seu grande coração.
(FMM)
(FMM)
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*Francisco Miguel de Moura, o autor, é poeta e prosador, mora em Teresina-Pi e é muito amigo do poeta José Solon de Sousa.
*Francisco Miguel de Moura, o autor, é poeta e prosador, mora em Teresina-Pi e é muito amigo do poeta José Solon de Sousa.
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