sexta-feira, 20 de outubro de 2017

PROFª. MARINALVA FREIRE DA SILVA – HOMENAGENS

Francisco Miguel de Moura, escritor
Membro da Academia Piauiense de Letras

Passou o Dia do Professor e eu não fiz nenhuma homenagem a esta classe tão valiosa quanto necessária ao país para progredir com a aprendizagem e a educação dos seus habitantes e no futuro possua cidadãos de bem. É preciso começar o aprendizado desde criança, em casa, depois na escola. Tenho dois filhos, os já ilustres professores Franklin Morais Moura e Fritz Morais Moura. Além disto, três irmãs professoras (Teresinha de Jesus Moura, Mariinha Josefa de Sousa e Helena Josefa de Sousa, a primeira já falecida). E como não lembrar meu pai - professor a vida inteira, Miguel Borges de Moura, conhecido por Prof. Miguel Guarani, e sobre quem escrevi o livro “Miguel Guarani – Mestre e o Violeiro”, que valeu uma grande e valiosa tese da Professora Cristiane Feitosa Pinheiro, da Universidade Federal do Piauí? Não esqueço também sobre mais dois filhos Laudemiro Miguel Morais Moura e Francisco Miguel de Moura Jr. Eles exercem outras profissões tão honrosas quanto a de professor: - O primeiro, formado em administração, é empresário na em Salvador-BA; o segundo é bancário, advogado e escritor (que, por modéstia, ainda não publicou livro).

Demorei a entrar no assunto do título, mas a partir de agora, a Professora Marinalva Freire da Silva, e o livro que foi editado em sua homenagem estão no palco. O livro é um “Perfil Biobibliográfico”(Ed. Ideia, João Pessoa, 2016) escrito por meu amigo e grande poeta de João Pessoa - PB, Luiz Fernandes da Silva, de parceria com seu colega Rafael Francisco Braz. Os dois autores conseguiram o propósito: um livro espetacular, que narra a trajetória dessa professora que fez uma importante obra e grande nome na Paraíba, em João Pessoa e em todo o Estado. Um resumo da luta da Professora Marinalva Freire da Silva pode ser sentido no pequeno trecho que, logo mais, vamos transcrever. O poeta Luiz Fernandes da Silva retrata-a: Uma pessoa que tomava decisões drásticas, quando perseguida, humilhada, porém com muito acerto. “Quando já professora da Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa (…) aconteceu que, para surpresa dos alunos e do Departamento de Letras (pela falta de compreensão e apoio do chefe do departamento, tendo chegado à função com o apoio dos alunos, foi humilhada e perseguida. Ela tinha excelentes projetos sobre o ensino de Espanhol, e um deles era implantar o mestrado com o apoio da Assessoria de Linguística da Embaixada da Espanha no Brasil. Depois disto, saiu tentou respirar noutro ar, sendo liberada para realizar seu pós-doutorado na USP onde até começou, mas o perseguidor atrapalhou seus planos, pois não liberou o documento que exigiu a USP. Com lágrimas, ela se desligou do pós-doutorado, pois só podia viajar nos finais de semana devendo estar na Universidade da Paraíba na segunda-feira, pela manhã, onde ministrava aulas de segunda a sexta feia” (…) Mas, sempre ao final de um pleito não alcançado, por causa de inveja ou outro sentimento egoísta, ela sempre repetia o ditado: “Perdi a batalha, mas não perdi a guerra”.

Uma batalhadora, como a maioria dos professores. Nascida em 1948, em 2011 resolveu aposentar-se. Eis um trecho do depoimento do Prof. Rafael Francisco Braz, no livro “Perfil Biobibliográfico de Marinalva – Uma trajetória admirável”:

“Sendo uma criança muito pobre, cresceu, aprendeu e usando toda sua boa vontade e inteligência, posso dizer que eram sempre interessantes, estimulantes e nos levavam a uma viagem por lugares que havia visitado ou onde residira na Espanha. Mulher admirável, pelo seu caráter humanitário, por sua personalidade.”

Nesta oportunidade, em sendo um artigo de homenagem aos professores, me permito citar aqui grandes professores do Piauí, alguns que eu conheci e outros que os cito pela tradição: A. Tito Filho, Pe. Florêncio, Pe. Raimundo José Airemorais Soares, Prof. Francisco Cunha e Silva, Prof. Raimundo Nonato Monteiro de Santana, Prof. Benjamin do Rego Monteiro Neto, Prof. Moacir Madeira Campos, Prof. Manoel Paulo Nunes, Profa. Cecília Mendes, Professores Camilo da Silveira, Celso Barros Coelho, Júlio Martins Vieira, Clemente Fortes, Lima Rebelo e Antônio Veríssimo de Castro (Tonhá). Preciso lembrar também o Prof. José dos Santos Fonseca (este de Picos). Atualmente, destaca-se em Teresina, o Prof. José Maria Vasconcelos, escritor de belos artigos, muitas crônicas e um livro de crítica sobre Assis Brasil.

Na Paraíba, também, há e houve muitos professores notáveis, mas com estamos tratando do “Perfil Biobibliografico da Profa. Marinalva...”, passamos refletir sobre a exuberância de conhecimentos e a inteligência dessa mulher que, vencendo todos os obstáculo conseguiu produzir, escrever e publicar a tese “Edição Crítica do Regimento Proueytoso contra a Pestenesça” (CD, 1991, espanhol, impresso em português, 2008). Diz Luiz Fernandes da Silva que o prefácio da obra coube à Profa. Dra. CRISTINA DE ASSIS, da UFPB, e acrescenta que a publicação da tese oferece uma excelente oportunidade para os alunos do Curso de Letras conhecerem de perto a forma quase sempre considerada mais nobre e mais autêntica de trabalhar com a Filologia: edição de textos. Que posso dizer mais? Que é uma bela edição, bonita capa mostrando apenas metade do rosto da Profa. Marinalva, com 166 págs. prefácio, posfácio e orelhas – estas do poeta Luiz Fernandes da Silva. Publicação impecável, vindo para enriquecer qualquer biblioteca onde consiga chegar.

Para terminar quero falar um pouquinho mais sobre a profissão de professor: - Essa profissão não é apenas profissão, é um sacerdócio. Meu filho, Prof. Fritz, me diz: “Professor não é uma profissão qualquer, ele faz todas as demais profissões. Com minha definição recente, encerro: O Professor é mais do que um transmissor de conhecimentos, ele é um profeta da sociedade, um transformador do Mal em Amor e Paz.

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