O que faria não fez
com o faro do passado.
O futuro não lhe diz nada:
Voa como o vento em serrania.
E passa, e nunca é passado
e leva e lava a gente
na poeira dos olhos,
nas juras negadas.
Tento ser luz aquela luz
que teus olhos me entregaram.
Em vão proclamo:
- Luz, me acende! Ou me cega de vez!
E ela se apaga, deixando-me ver tão só
o único caminho do tempo em naufrágio.
Nego o amor, aquele amor que morde,
que afogaria os afagos desejados
sem colheita sequer
da volta de um olhar
de fogo que seja:
-Quero morrer abrasado.
______________
*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro como um poema do passado. Ainda bem que o antigo poema sofreu o novo! Será que vale a pena beber águas passadas ou empossadas?
Nenhum comentário:
Postar um comentário