segunda-feira, 11 de maio de 2015

LITERTURA E POLÍTICA - O BRASIL VAZIO

Francisco Miguel de Moura* 
Escritor, membro da APL

Estamos nadando no vazio do “ser”: Ninguém sabe mais quem é criatura e quem é criador, o fim ou o começo. Ninguém distingue mais o bem do mal. O mundo virou de perna para o ar, em todos os sentidos, o crer, o dizer, o fazer. Em todos os setores da sociedade, o que era ético virou aético, o que era bom ficou mau. A arte virou uma tolice: figuras, traços em movimento que se apagam de um dia para o outro. A observação e a crítica social calaram-se por falta de algo que ainda não sabemos. Hoje, a quase totalidade dos romances são autobiografias. Ou, então, simplesmente bobagens biográficas. O jornalismo de encomenda, sobre artistas de tevê e da politicalha, da politicagem; virou pastagem que engorda leitores sociais. Não há mais história criada, folclórica ou não, não há mais contos, só há alguns cronistas pela graça de Deus. Quer ter a comprovação, entre numa livraria e peça: - Um livro de crônicas, tem? Resposta: - Não tem. Ou um romance recente, de brasileiro, tem? A mesma resposta: Não tem.

Mas há montes de best-sellers espalhados e empilhados nos balcões e prateleiras, só que de vampiros ou bonecos de vídeo-game, ou então biografias de artistas mortos recentemente, memórias de artistas vivos, principalmente se internacionais. Literatura mesmo é que não há. Estamos no vazio. A arte é garatuja que os pivetes drogados fazem, à noite, nas paredes limpas das ruas. Onde a arte? Onde o bom gosto? E na música? Que horror!  Acaba com os nossos ouvidos e o nosso bom senso. Será que chegamos ao fim?

Voltando à arte literária, à poesia que é o romance: Nenhum autor quer escrever romance, nem mesmo experimental. Não há leitores. Ninguém tem tempo para ler um poema sequer. Como vai senti-lo, entender? Já se cansou dos que as propagandas oferecem, em frases cortadas... O tempo é para o “what-sat” e para os programas mais idiotas da tevê, os filmes mais estrondosos do cinema em 3D.
Na política e na economia, ninguém mais ouviu falar, com segurança, que Fulano é sério! O gaiato poderá dizer de lá: - “Só se for um Sicrano”, sem saber nem o que significa. Inocentemente, eu respondo: Pode ser que o Beltrano... Palavras ocas!

    O jornalista Diego Casagrande foi explícito, no seu artigo “Somos brasileiros apátridas”, porque “talvez poucos lugares do mundo tenham políticos tão oportunistas, despreparados e desconectados da realidade quanto o Brasil”.

          É isto aí, Diego, ganhou foro o oportunismo em tudo que falamos ou escrevemos; nas artes, nas letras, na política. Ninguém acredita mais em ninguém, ninguém confia mais em ninguém nem em nada. E ainda há alguém, quando ouve outro apelar para Deus, que fica murmurando: “nem ele dá mais jeito”.

           “A sensação que tenho é que nestes 25 anos que acompanho a política brasileira, ela está pior, muito pior. Foram abertas as comportas da mediocridade”, repetindo Diego Casagrande.

           Se se fizer uma análise geral, criteriosa, dos políticos brasileiros de hoje, chegaremos à triste conclusão: - Qualquer um que milite a partir das Câmaras de Vereadores, passando pelas Assembléias Legislativas até chegar-se ao Congresso, nenhum deles foi bom estudante, nem certamente são bom pai de família, bom profissional. Chegaram lá por incompetência, por não saber fazer nada de bom, em qualquer setor. E eles é que nos representam. É o cúmulo!

        Se começarmos pela “presidenta”, foi “incompetenta” para o comércio, pois a única profissão que experimentou foi a de dona de uma lojinha de R$1,99 e terminou indo à falência. Como estudante pegou em amas, foi presa, não sei se torturada, na Ditadura Militar (mas está torturando o país). Pensava em transformar o Brasil numa União Soviética. Agora quer que sejamos cubanos como Fidel Castro. Tem ódio dos Estados Unidos. Apóia todos os ditadores latino-americanos e africanos. Tentou acabar com a miséria no Brasil e fez foi aumentá-la, ela junto com Lula. Eles não têm vergonha de sorrir para os brasileiros fazendo o que fizeram: o mensalão e o petrolão, sem falar nas obras inacabadas e nas que nem começaram (mas o dinheiro do orçamento desapareceu). Um país que se quer progressista, rumo ao futuro, esmera-se na educação de seu povo. E o que foi que eles fizeram, os dois, Lula e sua pupila Dilma? Está aí para quem tem olhos para ver. 

        A situação brasileira é tão ruim que não há PT, nem CUT nem MST que façam nada que possam sustentá-los no poder além deste mandato, mesmo pegando em armas como já sussurrou o Lula. O que vem depois, ninguém sabe. Mas pior não pode ser. As leis que estão sendo reformuladas ou feitas às pressas, até agora, não têm a aprovação dos brasileiros. Não se fazem leis para tapar buracos do orçamento: ou os donos do poder executivo dão o fora, ou o buraco está aberto e continuará aberto. O povo brasileiro sofre, do pequeno ao grande, com uma inflação sem tamanho, sem esperança de melhora; com juros mais altos que os foguetes das naves espaciais que sobem para pesquisar outros planetas e astros.

    O país regrediu meio século ou mais. Vejamos a insegurança dos cidadãos. E ainda diz o governo que é para proteger os direitos humanos. Que direitos humanos? Dos assassinos e latrocidas? Dos falsários e propineiros?  Só se for o deles, dos que, apropriando-se dos cargos públicos, geriram tão mal, surrupiaram os cofres públicos e levaram para o exterior fortunas e mais fortunas, em nome de outras pessoas...  Estamos nadando no vazio. Triste Brasil! Triste povo!

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*Meu email: franciscomigueldemoura@gmail.com - Escritor piauiense, mora em Teresina - PI.

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