De tristezas sem motivo
Que me chegam pelo vento ao pelo
Como a todos numa terra triste,
Entre risadas, chistes, demazelos.
Até numa manhã, aparece e cresce
Aos poucos... É tão veloz! Quem sente?
As almas se enrugam e envilecem
Na ferrugem das horas e lavras
Que inocentemente o relógio
Canta, decanta... E as descartam.
Tristeza - “condition humaine”,
Carência de pinto na chuva,
Ao pé da cerca, em tremor e frio.
Busco a galinha como o pinto
No seu choroso tiriri-titi...
A minha é bem mais penas:
- Descanso que se cansa,
Alegria que entristece,
Sonhos anoitecidos sem paixão
(onde morremos seus pesadelos).
Mas, num longo suspiro, o abraço
vem de Deus:
- O desencanto do conto que passou.
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* Francisco Miguel de Moura, poeta do Piauí, Brasil. É de poucas palavras na tribuna dos homens e de muito sentir no palanque obscuro dos espíritos.
3 comentários:
Acho que a maioria das pessoas, se não todas, carregam uma tristeza dentro do peito.É próprio mesmo do ser humano.Com o tempo precisamos nos desapegar de tantas coisas, (pessoas,lugares, sentimentos...).
e vai ficando um vazio que não conseguimos preencher, por mais que coisas boas chegam pra nós,aquele lugar, aquela pessoa, aquele sentimento sempre será único e insubstituível... Lindo demais seu poema Chico!! Abraço carinhoso.
Regia
Obrigado pela visita ao blog, a leitura e sua presença sempre na minha lembrança, junto com a brevidade dos haicais, os cheiros das folhes do jardim, seu jardim. Você é uma flor dentro dele e para essa flor vai o meu cheiro e meu abraço.
Exclente seu comentário,concordo. Conforta.Com a graça de Deus.
Boa tarde.
Francisco Miguel de Moura.
Regina Ragazzi,
Errei no teu nome ao digitar. Mas mesmo errando ainda acertei. Regina é rainha e é Regia também, por que não. Mas nem toda Regina é Ragazzi como você. Todo soneto tem emenda, ou teve. No nosso caso, soneto e emenda não se ajustaram. Graças a Deus.
Bom dia, querida.
chico miguel
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