segunda-feira, 24 de março de 2014

MANIFESTOS - Procissão de vanguardas

Francisco Miguel de Moura*



Pós-clássico, pós-romântico...
Pois o Parnaso fica além Atlântico:
Depôs o simbolismo, se embolando,
Em misticismo hermeticando,
Versiculando...
Nunca prosa.

Moderno? O que é isto, meu rapaz?
A procissão de manifestos prolifera
Em micro-poéticas pela atmosfera:
Pau-brasil, primitivismo,
Verde-amarelo, anta, marinismo...
Quem veio acabar com tudo – destruiu-se.
E nasce o tropical tropicalismo,
Ora caído em tropical melancolia:
Morte de Torquato, de Caetano velhice...

Nada mais pra criar em cima do nihilismo.
Para gozar dos pós-isto e aquilo,
Na parábola que abriu o tropical-
Ismo, morrem todos os ismos
E nasce o pós-tudo,
Que pôs tudo a perder
E hoje habita à rua do sem nome
.
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*Poeta brasileiro, mora em Teresina, Piauí - Brasil - A poesia é tudo de bom que o homem pode fazer, ler, decorar, divulgar.

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