sábado, 14 de setembro de 2013

ESPIONAGEM SEMPRE EXISTIU...

Francisco Miguel de Moura*
Escritor e  membro da Academia Piauiense de Letras

Sabe-se que espionagem internacional sempre houve. Neste assunto nunca toquei por falta de conhecimento objetivo, vindo de fontes seguras. E saber muito sobre isto, depois da internet (“eu sou um usuário primário e não sabia”), ficou mais complicado. Antes, ela existia por outros meios disponíveis, os mais modernos de então. Na verdade, a espionagem era e é produzida por países mais fortes contra os mais fracos. Mais especialmente pelo país que, em determinada fase da história, se julga o dono do mundo. Atualmente, não há negar, são os Estados Unidos. É a nação poderosa no ar, no mar, e em terra. Uma guerra contra ele, não há quem possa vencer, pois ela ainda conta com o apoio integral da Inglaterra, seu aliado de sempre.  A Inglaterra (Reino Unido) exercia essa função antes dos Estados Unidos, antes dela foi a França, e sucessivamente. Até  Portugal teve seu tempo, o dos descobrimentos, quando pregava o internacionalismo, sinal de que tinha muito poder no mar e na ciência da navegação.

Bem, mas vamos ao assunto propriamente dito. A capa da “Veja” e as matérias por dentro dizem que “Obama amarelou”, Obama isto, Obama aquilo diante das intimidações da Dilma, nossa Presidente (e tem gente que já a denomina de ditadora, tipo Morales, Chaves e quem mais haja nas Américas, todos seus aliados e protegidos). Mais razão para fiscalização pelos Estados Unidos, o maior país da América.
Não é brincadeira, não! Diga-me, quem tem juízo, se há a mínima possibilidade de os Estados Unidos se curvarem ao Brasil? Eles podem dar explicações que, no frigir dos ovos, não explicam nada. E foi o que aconteceu. Quem não lembra do já velho ditado que “quem pode manda, quem tem juízo obedece”?
Vou citar apenas dois trechos da declaração do Ten Dirceu Cardoso Gonçalves, dirigente da Associação de Assistência Social dos PMS de São Paulo, aos jornais (reproduzido pelo jornal “Meio Norte”, de 9-9-2013): 

“Toda a polêmica criada em torno da denunciada espionagem dos EUA sobre as comunicações dos outros países, inclusive o Brasil e até nas comunicações da Presidente Dilma Rousseff e seus ministros, até parece brincadeira. Qualquer usuário mediano de internet sabe que existem 13 servidores-raiz no mundo e que 10 deles estão nos Estados Unidos, dois na Europa e um na Ásia. Por eles trafegam as informações originadas e destinadas a todos os quadrantes do planeta Terra. Não é preciso ser um especialista para compreender que o detentor de um sistema, além de operá-lo, pode ter acesso ao seu conteúdo e dele fazer uso, seja esse uso legal ou até ilegal. Sabendo disso, o mais seguro é não utilizar o sistema para a guarda ou transmissão de segredos ou informações estratégicas”.

Pergunta-se: O que “vazou” sobre a PETROBRÁS não teria sido por que ela é também uma empresa multinacional? Pode ter sido, segundo o Presidente dos Estados Unidos, porque, ao abrir o bloco referente a empresas multinacionais que são consideradas de segurança nacional, como a nossa Petróleo Brasileiro S. A., escaparam as informações ou a notícia de que ela tinha sido “vazada” pela internet, segundo noticiou imprensa.  

Quanto ao que possa ter “escapado” sobre o governo brasileiro, não tem outro jeito: É não utilizar tal serviço, criar o sistema próprio. Explicações do Presidente Obama não vão satisfazer nem a Presidente nem os brasileiros. Ele pode dar dezenas de explicações, no fim são apenas defesas próprias e do seu país, ou “que é por causa do terrorismo internacional” etc.

O Ten Dirceu Cardoso Gonçalves, já citado, falou que na época da “Revolução de 64”, o governo tinha todos os seus segredos confiados ao SNI, modo de ficar tranqüilo, pois o serviço não era internacionalizado. E conclui: “Portanto, toda essa discussão não leva a nada. Mas pode ser, muito bem, o chamado “boi de piranha” para desviar a atenção do povo dos verdadeiros e urgentes problemas nacionais”.

Reforma parcial da Constituição, plebiscito, voto secreto nas Casas Legislativas e outras questões do tipo, arrumadas à última hora, o governo quis elaborar pressionado pela força das ruas, para amenizar a situação imediata causada pelos mensalões, desvios de dinheiro público, obras superfaturadas (e não realizadas), a saúde e a segurança aos pandarecos, além dos problemas da escola para todos, que de educação só tem mesmo o nome. O passe-livre para todos foi apenas o passo-livre para as manifestações necessárias. Chega um dia em que as pessoas descobrem que estão sendo logradas. E daí os movimentos de rua estourarão novamente, desaguando, talvez, numa Guerra Civil indesejada – que, no meu entender, já está acontecendo.

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