quarta-feira, 26 de junho de 2013

O JARDIM DOS JOVENS

O
JARDIM
DOS 
JOVENS


Francisco Miguel de Moura*

                      I                     

jardins de folhas caídas, murchas,
sem lágrimas pra chorar o anoitecer
são depósitos de formigas picadoras,
de abelhas pecadoras,
de borboletas que morrem antes
de morrer, enquanto esperam chuvas
e se escondem no sono do serenado,
pois foram-se os jardins bons,
os que davam rosas às mãos ávidas
dos moços que levavam pras janelas
namoradas -  gente viva,
ofertas românticas voltando
às mãos das moças que as plantavam.

II
hoje nem jardins secos nem frescos,
nem luas, nem brinquedos de crianças,
o mundo ficou triste desde que noel
passou de pai a rei – o velho rei-momo.
desde que os papais perderam o nome.

as moças morrem de sede,
os moços morrem nas  fontes.
são todos afogados nos castigos
que a natureza prega, sem mágoas,
ouvindo só músicas de gritos
esfarelados nos beijos-fritos,
no consumo alieno-desvairado.

jardins de folhas caídas, coitadas!
_______________
*Francisco Miguel de Moura, poeta, membro da APL, da ALERP, da UBE-SP e PI, mora em Teresina. Sócio da IWA- International Writers and Artists Association – Toledo, OH, Estados Unidos

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