quinta-feira, 28 de julho de 2011

SEGURANÇA , ONDE É QUE FICA?


 Francisco Miguel de Moura*


        A palavra segurança sugere tranqüilidade, válida tanto para o indivíduo quanto para a sociedade. Tem segurança interior quem acredita em si, quem pratica o bem e, desta forma, é feliz. Na sociedade, há segurança quando a pessoa acredita que sai à rua e volta para casa são e salvo. Não é de graça, nada é de graça para a população que trabalha e sua. O cidadão de bem recolhe os impostos honestamente para ter o serviço público da Polícia. E quando volta pra casa é que fica mais tranqüilo ainda, pois ninguém pode entrar lá ou importuná-lo sem sua concordância, de acordo com a lei.  Portanto, idealmente seria o lugar de maior segurança. Mas, acontece que, quando o cidadão abre o portão de sua residência, aí o bandido, que vem em grupo no mínimo de dois, aponta a arma e xinga logo de vagabundos os donos da casa. E se há o bandido “bonzinho” que manda as pessoas deitarem no chão, para dar tempo a fazer o rapa e ir embora, levando também o carro para a fuga, - há o que não é bonzinho e atira para matar, e mata. Sabe que escapará agora e, depois, da cadeia. Se seqüestradores, matam também arrasando “o moral” de suas vítimas, muito mais do que as pancadas, os tiros, as surras.
        Passando agora aos casos concretos, na semana passada, recebi a visita de um amigo que não via há alguns anos. Nossa alegria foi imensa. Almoçamos juntos e a conversa durou a tarde toda. Ele me contou uma tragédia: - Mora em Brasília, a capital do país, supostamente a nossa cidade mais segura. Não obstante, fora assaltado e seqüestrado. Pegaram o carro que havia comprado um dia antes, conduzindo-o, manietado, de olhos vendados, ao som de murros e coronhadas das armas, por estrada que jamais adivinharia. Depois de muito andar, deixaram-no desacordado na mata. Chegou a ouvir um dos bandidos dizer “apaga ele”, quando encontraram sua carteira de jornalista. Mas, como ele tinha “dormido” , deixaram-no ali mesmo e sumiram. Até hoje ninguém sabe quem eram eles. Meu amigo continua pagando o carro e em tratamento médico, pois sente ainda dormência em um dos lados da cabeça.
          Outra que ouvi recentemente, notícia da tevê local, nesta Capital: Várias pessoas falando à reportagem, inclusive uma comerciante (posto de gasolina) que havia sido assaltada “n-vezes” e nenhuma providência era tomada pela Polícia. Mostrava o arrombamento do posto, toda a bandalheira, inclusive onde puseram fogo. Como sempre, foi ao delegado. E o que ele disse ao ser abordado pelo repórter? “Não posso fazer nada”, invocando a situação financeira precária do estado para a Segurança Pública. Por isto não tinha infra-estrutura nem pessoal. Era como se lavasse as mãos. Sequer prometeu melhoria para o futuro. Senti sua declaração, péssima para o povo, ser ótima para os bandidos, arrombadores e ladrões, que podem ficar flanando por aí e prontos para novas investidas contra a população. Outra notícia que me deixou desesperançado foi a de um Delegado de Polícia do Rio. Teria sido vítima de roubo da importância de cinco mil reais da gaveta de sua mesa de trabalho. Depois desmentiu o valor e emendou para maior quantia: quinze mil. Fica-se, então, pensando: Em quem acreditar? Nele, ou nos seus subordinados, supostamente os larápios?  Que importa o valor do roubo? Importa apenas a reparação monetária – quase impossível. Porém, mais desgastante e vergonhoso, é o ato imoral, seja de quinze mil ou de cento e cinqüenta. Importaria mais a vergonha de ser preso (para quem roubou), a imoralidade do ato e a insegurança (para a sociedade), pelo mau exemplo.
         Não dá mais para acreditar em muitas pessoas, o jeito é ficar-se sempre apalpando os bolsos, fugindo de lugares que não conhece, diminuindo as saídas à rua, para livrar-se da bandidagem solta, composta de gente que a política dominante acha que “coitados, não são bandidos porque querem, mas por causa da pobreza e do abandono de séculos!” E os que são pobres, mas continuam avergonhados e tentando melhorar de vida honestamente, não contam? – perguntamos.

http://abodegadocamelo.blogspot.com
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*Francisco Miguel de Moura, escritor piauiense, mora em Teresina, PI. e-mail:franciscomigueldemoura@superig.com.br

2 comentários:

Umbelina disse...

Muito bom o seu texto, meu amigo. Você está corretíssimo.
Abraços

CHIICO MIGUEL disse...

Salve, Umbelina, é um prazer tê- em minha página, seus comentários me fazem muito bem. E me desculpe se não frequento muito seu blog. São as ocupações com as quais me envolvo no momento.
abração de amizade
chico miguel de moura

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