NAMORADAS
1
(Como se fosse a segunda)
Francisco Miguel de Moura*
Não sei se ela me veio por primeiro
Afeto de menina que se quer.
Está tão longe o tempo e seu mister...
O pensamento é um grande viajeiro.
Sei que era linda e tinha gosto e cheiro
Diferentes das outras. Nem sequer
Nos beijamos. Porém, de longe, o ser
Encontra o outro ser quando é inteiro
Em juventude, em luz, em força e mais,
Naquela idade em que se não tem paz
E quando a tem não tem impunemente.
Se foi amor não sei. Sexo não foi.
Tão diferente! Ai como a vida dói
De um amor que se quis tão inocente.
2
1
(Como se fosse a segunda)
Francisco Miguel de Moura*
Não sei se ela me veio por primeiro
Afeto de menina que se quer.
Está tão longe o tempo e seu mister...
O pensamento é um grande viajeiro.
Sei que era linda e tinha gosto e cheiro
Diferentes das outras. Nem sequer
Nos beijamos. Porém, de longe, o ser
Encontra o outro ser quando é inteiro
Em juventude, em luz, em força e mais,
Naquela idade em que se não tem paz
E quando a tem não tem impunemente.
Se foi amor não sei. Sexo não foi.
Tão diferente! Ai como a vida dói
De um amor que se quis tão inocente.
2
Como se fosse a primeira)
Francisco Miguel de Moura*
Antes, recordo-me a subir o morro,
Pegado pela mão de uma menina.
O silêncio nos vinha por socorro:
Mesmo assim se corava Francelina.
Subíamos o céu da nossa infância,
Tudo era leve como o vento leve.
Em nossos corações desejo e ânsia
Do viver tão gostoso por tão breve.
Descer do céu não lembro como fora,
Descemos juntos para a vida. E embora
Tenha sido de tempo o meu sorrir,
Bem que inda choro o ontem que é agora.
Tão ledo como foi, quem joga fora!?
O que existiu há sempre de existir.
_______________
*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, Teresina, PI.
Francisco Miguel de Moura*
Antes, recordo-me a subir o morro,
Pegado pela mão de uma menina.
O silêncio nos vinha por socorro:
Mesmo assim se corava Francelina.
Subíamos o céu da nossa infância,
Tudo era leve como o vento leve.
Em nossos corações desejo e ânsia
Do viver tão gostoso por tão breve.
Descer do céu não lembro como fora,
Descemos juntos para a vida. E embora
Tenha sido de tempo o meu sorrir,
Bem que inda choro o ontem que é agora.
Tão ledo como foi, quem joga fora!?
O que existiu há sempre de existir.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, Teresina, PI.
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