sábado, 3 de julho de 2010

JOSÉ ASSUNCIÓN SILVA – O POETA

                                  JOSÉ ASSUNCIÓN SILVA – POETA COLOMBIANO
                 
                                                                Teresinka Pereira*
                                                                                      

José Assunción Silva, nascido em 1865 e falecido em 1896 foi um dos maiores poetas da vida e poesia romântica. Toda sua obra foi escrita na juventude, pois quando morreu, aos 31 anos de idade, apesar de já ser famoso, havia organizado sua poesia em um volume publicável. Sua obra completa foi publicada muitos anos depois de sua morte, em 1952, e revela muita renovação lírica e diversidade em suas composições patrióticas, festivas, folclóricas, narrativas, filosóficas e de poesia erótica.

Seu tema mais forte foi ditado pelo amor que sentia por sua irmã Elvira, que morreu jovem e revela sentimentos misteriosos, íntimos, líricos e de profunda ternura. Seu verso se fez livre e dócil. Ele mesmo se confessava quando produziu o “Dia dos Defuntos”:

.           soñaba en esse entonces en forjar un poema
              de arte nervioso y raro, obra audaz e suprema

Seus versos mais conhecidos e talvez mais românticos são os do poema “Nocturno”, os mais citados e imitados por todos os poetas de expressão hispânica: 

“por la senda florescida que atraviesa la llanura
caminabas;
y la luna llena
por los cielos azulosos, infinitos y profundos
esparcía su luz blanca;
y tu sombra / fina e lânguida,

y mi sombra
por los rayos de la luna proyectadas,
sobre las arenas tristes
de la senda se juntaban;
y eran una,
y eran una sola sombra larga,
y eran una sola sombra l
arga,
y eran una sola sombra larga...”

José Assunción Silva tinha idéias muito liberais em política e deixou em várias obras sua opinião sobre a importância que tinha para ele um regime socialmente igualitário. Como Paulo Freire, mas muito antes que ele preconizava que entre o poderoso e o “desposeído” a falta de intervenção significa tomar o lado do poderoso. E muito antes que qualquer outro político moderno de esquerda, ele dizia que ninguém é melhor que os outros. Em seu poema denominado “Egalité” (o título vem assim como em francês) ele apresenta um grupo de quartetos rimados que terminam assim:

“Juan Lanas, el mozo de la esquina,
és absolutamente igual
al Emperador de la China:
los todos son un mismo animal.”
 
Estes versos são tão fáceis que dispensam tradução.

A casa onde viveu o poeta colombiano é hoje uma fundação chamada “Casa Segunda de Poesia Silva", a qual publica anualmente uma grande e valiosa revista de poesia sob o título d CASA SILVA, que já conta com 24 anos de existência. No discurso apresentado durantes as festividades de celebração do vigésimo aniversário, Pedro Alejo Gómez V, seu diretor, disse:

“Esta casa é outro observatório. Seu assunto é o Homem. A vida com todo o seu esplendor e toda sua miséria. A poesia é o rastro de outras observações. Outra é a arquitetura de quem, com lápis e caneta, busca dar forma entre os homens à dura matéria do tempo”
                        (in Revista CASA SILVA, nº 20, Bogotá, 2006, p. 8).
_________________
Teresinka Pereira, escritora, poeta e ensaísta, reside nos Estados Unidos, onde  preside a IWA – International Writers and Artists Association, Toledo, OH. Estados Unidos.

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...