terça-feira, 29 de setembro de 2009

O VALOR DA AÇÃO E DA POESIA

Francisco Miguel de Moura
Escritor, membro da IWA - International Writers and Artists Association - Toledo, OH - e da Academia Piauiense de Letras - Teresina - PI


Teresinka Pereira, Presidente da IWA (Associação Internacional de Escritores e Artistas), com sedo em Toledo, Ohio, Estados Unidos, de onde desenvolve realmente uma atividade universal e humanística, me presenteia com poemas e cartas aos montões.

– Não sei como você arranja tempo para escrever para milhares de pessoas, responder outros tantos e-mails e escrever poemas todo dia – devem estar se dizendo os sócios da IWA, como eu, que me orgulho de o ser.

Mas, falando seriamente, e este artigo tem mesmo a cara de uma resposta, gosto da poesia de Teresinka Pereira, curta e certa, com enganos e desenganos como se tecem os poetas. E escolhi para mostra um poema, entre muitos outros que me caíram no goto:

"EU SOU DE ÁGUA"
(De um verso de Javier de la Rosa)

Sou também de flor
e de sol.
Sou uma corola
mordida de esperança.
Mas se chegas
a ferir a minha alma,
eu me faço de pedra
e me precipito
sem compartilhar
o meu único sonho.

TERESINKA PEREIRA

Poetas têm sonhos, é claro, mas Teresinka é uma poetisa de corpo inteiro: tem sonho e ação em favor dos outros poetas e pelo bem da humanidade, pregando o direito, à justiça, à civilidade, à paz e ao humanismo, dentro qual não deixa de incluir o grande amor à natureza, de onde viemos e para onde vamos – a santa ecologia, a primeira das ciências humanas. Quando Adão e Eva (primeiros viventes simbolicamente, conforme diz a Bíblia católica) começaram a nomear os bois, a dar significação ao mundo com as palavras e a ver poesia no mundo, a criação continuou.

Não tenho condições de responder, uma a uma, a suas cartas, por isto as englobo aqui, citando as últimas por assunto, tão substanciosas que têm de ser resumidas: “Carta ao Brasil”, onde faz um relato das suas atividades com relação ao Brasil, inclusive declarando que a IWA tem 246 membros brasileiros, solicitando que mandem livros, cartas e documentos para a biblioteca da entidade; “Carteando com Laís Correia de Araújo”, escritora mineira falecida em 2006, em cujo epístola transcreve cartas daquela a Teresinka e vice-versa, tornando-se um documento vivo para as duas biografias; “Chuvas Poéticas”, quando faz uma crítica (favorável) ao “Caso Pluvioso” de Carlos Drummond de Andrade, e por extensão ao seu fazer poético; e finalmente, “O Valor do Verso”, com referência a mim, transcrevendo um poema que ofereci a ela e um artigo publicado em “O Dia”. Curioso é que suas cartas são acompanhadas de poemas seus e traduzidos de sócios deste e do outro lado do mundo, e não têm data. Ela está certa, suas cartas são documentos para a história da cultura do mundo, acreditando como eu que tudo é passageiro e fungível, mas mesmo assim trabalhando – pois o que perdura mais são as amizades, a arte e o bem que fizermos pelo maior número de pessoas.

“O resto é silêncio” – não sei quem disse, mas foi um sábio.

No final da carta-artigo-ensaio a meu respeito, termina citando Hegel: “O desenvolvimento histórico da própria consciência humana é a marcha em busca da liberdade.”.



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