sexta-feira, 28 de agosto de 2009
PEDRAS E LÁGRIMAS
Francisco Miguel de Moura*
A casa onde nasci já não existe,
Só vi pedras e pedras no lugar
E, ao lado, a sombra do menino triste,
Caçador de motivos para amar.
Amar o que está morto, amar o nada,
Amar o que se ergueu depois ruiu,
Sem pernas pra tamanha caminhada,
Sem forças pra falar nem dar um pio.
Espectro do desgosto impressentido,
Do espaço-tempo em solidão ferido,
Saudade estéril! Que saudades medras?!
A casa onde nasci não mais existe
E a dor acumulada não resiste
Às lágrimas fendidas pelas pedras.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, mora em Teresina. Membro da IWA (Associação Internacional de Escritores e Artistas) – Estados Unidos.
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