segunda-feira, 13 de julho de 2009

CURT (indo) O TEMPO







Francisco Miguel de Moura*





Se morri um pouco
Foi como todos se despem.

Se o dia se esvai em trevas,
Na ânsia que não soube
Conter para rir de qualquer
Nada – eu também o acompanho.

Precisava de beliscões
E recebi um. Que displicente!
E mesmo assim amei e me amo
Para dormir com o ontem
E acordar com o amanhã.

Amanhã, amanhã... E a manhã!
Eis que sorvo o nascer
Do tempo – e com isto me renasço.

As horas matinais têm cheiro
De útero. Noite é um desvio.

Que seja feliz como o caminho.

Se morri por segundos,
Como quem se despe na rua
Foi por engano.

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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, mora em Teresina, Piauí. E-mail: franciscomigueldemoura@superig.com.br

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