quarta-feira, 24 de setembro de 2008
POEMA PREFERIDO
Francisco Miguel de Moura*
Passarinho que perdeu o vôo,
tenho medo do poema engano,
aquele que muitos lêem por achar lindo,
sem uma falha, colorido, plano.
As cores berrantes fecham nossos olhos,
borram nossa cara e nosso ego inflama.
Humano ou desumano, vivo ou morto,
faço um desenho fora do pano
de fundo ou de rosto.
Meu poema não será para tantos.
Poeta bem particular, para surdos-mundos
- falo de mim para que os outros
se vejam longe e no silêncio.
Sou único, assim meu poema parafuso,
nem aberto nem fechado: – confuso,
porque vivo entre paredes de peles,
sem chaves e distantes do oceano.
Poema assim: uno e dilacerado.
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*Poeta brasileiro, mora em Teresina, PI.
Email: franciscomigueldemoura@superig.com.br
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