sexta-feira, 29 de agosto de 2008
POEMA 6
adriano lobão aragão*
não saber teu nome liberta
a tarefa de nomear-te
não mais um substantivo, mesmo próprio
mas a ordem absoluta do caos
então chamo-te poesia
quando recolhes o mais tênue lirismo
na dimensão infinita de um sorriso
e quando passas breve e leve
entre silêncios justapostos
teu nome é brisa
e rompendo o silêncio te chamo lira
nomeio teu ser presságio
onde outros chamariam acaso
e não por acaso, em tua aparição repentina
juntar queria a teu nome todas as sensações
na mais profunda sinestesia
e se acaso perguntasse
que resposta me daria?
que adianta um nome
se nada mais estaria
nesse nome sua dona
que nunca mais veria?
então juntaria teu nome
a todos os nomes da vida
e em cada coisa querida
ali teu nome estaria
quando desejar não é ter
mas querer mais além ainda
mesmo apenas guardar um nome
entre as lacunas da vida
("yone de safo", p. 21/22, ed. amalgama, teresina 2007)
_____________________
*Adriano Lobão Aragão, poeta brasileiro, mora em teresina, pertence à mais nova geração de bons poetas deste milênio. e-mail: lobaoaragao@gmail.com
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Um comentário:
Apenas uma breve mas necessária correção. O poema completo seria:
§ 6
não saber teu nome liberta
a tarefa de nomear-te
não mais um substantivo, mesmo próprio
mas a ordem absoluta do caos
então chamo-te poesia
quando recolhes o mais tênue lirismo
na dimensão infinita de um sorriso
e quando passas breve e leve
entre silêncios justapostos
teu nome é brisa
e rompendo o silêncio te chamo lira
nomeio teu ser presságio
onde outros chamariam acaso
e não por acaso, em tua aparição repentina
juntar queria a teu nome todas as sensações
na mais profunda sinestesia
e se acaso perguntasse
que reposta me daria?
que adianta um nome
se nada mais estaria
nesse nome sua dona
que nunca mais veria?
então juntaria teu nome
a todos os nomes da vida
e em cada coisa querida
ali teu nome estaria
quando desejar não é ter
mas querer mais além ainda
mesmo apenas guardar um nome
entre as lacunas da vida
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