sexta-feira, 21 de março de 2008

IMPRENSA ALTERNATIVA
(EM CIRANDINHA) - I


A i
mprensa alternativa sempre existiu deste os primórdios. Mas foi a partir dos anos 70 (século XX), com os intelectuais e jornalistas encurralados pela revolução, que pulularam jornais e revistas, impressos ou mimeografados, em todo o país. E, de uma forma ou de outra, ela continua, especialmente os que divulgam literatura. Por acaso, a literatura não é uma arte alternativa? Ainda há muitos órgãos, no Brasil e no exterior, em condições inferiores à dos que são editados por empresas ou possuem uma organização capacitadora de coleta de apoiadores, tanto comerciais quanto administrativos ou governamentais. Seria improdutivo citar um ou outro aqui. O propósito desta página é ir noticiando os alternativos e deles transcrevendo matérias à proporção que sejam recebidos pela edição de “cirandinhapiaui”. É, portanto uma página aberta.

JORNAL “O BEMBÉM”

Em Parnaíba, nasce um novo jornal, “O Bembém”, homenageando o editor-fundador do “Almanaque da Parnaíba”, Benedito dos Santos Lima (1893-1958), conhecido por este carinhoso apelido. Desde 1924 o “Almanaque” está em circulação, agora, porém, editado sob a responsabilidade da Academia Parnaibana de Letras.

Do nº1 de “O Bem-bem”, que vem datado de 21.1.2008, com editoria do teatrólogo Benjamim Santos, retiramos a matéria que segue:

Everaldo Moreira Véras – um poeta parnaibano desconhecido do Piauí”:

“De aparência comum, linguagem coloquial, a poesia de Everaldo Moreira Véras possui altos relances de sensações e um erotismo que é carne e tempo. Todavia, aos 70 anos, este parnaibano desconhecido na Parnaíba e pouco citado nas antologias piauienses, inclui-se no seleto grupo de poetas que, com caracterítica ímpar, se utiliza da maior simplicidade da palavra, tal como Mário Quintana, Manuel Bandeira, Ferreira Gullar, Stella Leonardos e A. B. Mendes Cadaxa. E é com essa simplicidade vocabular que Everaldo Moreira Véras se revela para nos dizer que a vida é a ternura de apoderar-se do horizonte, no mínimo regalo do amor, quando a mulher, em sua fantasia total, é doce na plenitude e na solidão.

Everaldo é poeta de longos mergulhos, envolto na emoção, sentimentalista e passional a Lúcio Cardoso e embebido nos grandes cantos bíblicos a Jorge de Lima, quase uma súplica. Sempre que leio sua poesia fica em mim a felicidade de ser seu conterrâneo, pois Everaldo é um artista que honra a cultura de nosso espaço e preserva nossa auto-estima e nossas impressões d’alma. Publicou dezenas de livros de poesia, conto, romance, novela, crítica, teoria e história literária. Na poesia, destaco “Fissuras” (1978), “A Hora Anterior” (1979) e “A Insônia do Mar (1999). Alguns de seus poemas estão incluídos em várias antologias, sobretudo na organizada por Lourdes Sarmento. Engenheiro civil de profissão, Everaldo mora no Recife, onde é membro da Academia de Ciências, da União Brasileira de Escritores e da Academia de Artes e Letras do Nordeste. Entre prêmios e homenagens, recebeu o prêmio Amaro de Lyra e César, o Othon Bezerra de Mello (da Academia Pernambucana de Letras), o do Instituto Nacional do Livro, o Osman Lins, o José Lins do Rego e menção honrosa no Casa das Américas (Cuba, 1998). Desde que o descobri, num sebo de São Luís, que tento ambiciosamente integrá-lo ao circuito literário piauiense e guardo comigo algo do seu pensamento:

De literatura não se vive. Ao contrário, morre-se”.

DIVERSOS CAMINHOS

(Coluna do Zanoto, publicado pelo jornal “Correio do Sul”, de Varginha-MG)

Há muito anos Zanoto vem publicando notícias literárias e literatura (poemas e uma ou outra crônica pequena), no seu minguado espaço. Nós o acompanhamos há mais de 20 anos. Isto é que servir à literatura. É um Mecenas da maior valia, da nossa estima.

Do número de 12 de abril de 2007, extraímos uns trechinhos e um poema:

“1 – Segundo o Luís Fernando Veríssimo, as clavículas talvez sejam a única parte do corpo que não tem sexualidade.

2 – Charles Schultz, embora adore a humanidade, não suporta as pessoas. Creio que Elton John não suporta Rod Stewart.

3 – Miguel Russowsky:

Outono em Meio

O vento desistiu de seus andares,
cansou-se e resolveu dormir mais cedo.
As folhas nem balançam no arvoredo.
Borboletas... algumas pelos ares.

Nuvenzinhas solteiras e sem medo
buscam no céu seus noivos ou seus pares.
Cá por dentro borbulham os cismares

numa ausência de rumos e de enredo.

(–Ó tardes de domingo, ensolaradas!...)
O silêncio murmura uma cantiga
para ouvirmos a sós... mas de mãos dadas.

Deixemos por enquanto o lábio mudo!
E o relógio deixemos que prossiga...
Conversa?... Para quê, se sabes tudo?!

4 – Voltaire tropeçou no tédio; Maradona, no vício; e Wood Allen viaja constantemente pela Califórnia.

02.04.2008

JORNAL DO ENÉAS

Bibliotecas Flutuantes

Já falamos, em outras crônicas, sobre iniciativas criativas e singulares para levar o livro até o alcance do leitor, pois é de suma importância o livre acesso à leitura, seja onde for. Precisamos fazer chegar o livro até o leitor, precisamos colocar o livro na frente dos olhos do estudante dos primeiros anos do primeiro grau, leitores em formação, esteja ele onde estiver. E mais uma dessas iniciativas, meritória, é ampliada aqui na nossa Santa e bela Catarina. A Barca dos Livros é uma biblioteca flutuante que tem o objetivo de percorrer a borda da Lagoa da Conceição, na Ilha de Santa Catarina, levando o mundo da fantasia, da imaginação, da arte e do conhecimento a todas as localidades com acesso pelas águas da grande de paradisíaca lagoa.

E os projetos da Sociedade Amantes da Leitura tem uma sede em terra, pois um barco precisa de um porto onde ancorar, um ponto de partida e de chegada. Foi inaugurada, no início do ano, a Biblioteca Barca dos Livros, com um acervo de cinco mil volumes. Além dos livros, quem for visitar a Biblioteca encontrará lá, também, escritores, poetas, professores, contadores de história, declamadores.

Não é uma iniciativa fantástica? Ela me lembra outras do gênero, como a Biblioteca Itinerante em Joinville, instalada em um ônibus, que percorre os bairros da periferia da cidade mais distantes,

Levando a leitura a quem tinha dificuldade para ter acesso ao livro.

Outra iniciativa singular e curiosa é o Sebo Ambulante de um amante de livros que pega um acervo considerável e eclético, arma uma barraca nas praias mais movimentadas e oferece leitura aos veranistas durante toda a estação de sol.

Existe também o Projeto Troque Lixo por Livro, em Blumenau, outra espetacular iniciativa que arrecada material reciclável e entrega a escolas, que os vende. Os valores arrecadados são usados na compra de livros para as bibliotecas das escolas. O projeto é responsável, também, pela divulgação de autores locais.

Por certo existirão outras, e é bom que as divulguemos, pois podem servir de modelo, podem ser copiadas em outros pontos deste nosso imenso Brasil.

___________

Luiz Carlos Amorin

Escritor, poeta, editor, coordenador do Grupo Literário “A Ilha”.

Quem se lembra deles?

Joaquim Inojosa, Nelson Barbalho, Plínio Doyle, Sílvio Meira, Nereu Corrêa, Carlos Heitor Castello Branco, Salasar Marques, Mariazinha Congilio, Henrique L. Alves.

Nós, do “Jornal do Enéas”, não os esquecemos.


LITERATURA - REVISTA DO ESCRITOR BRASILEIRO

"Nilto Maciel é, mais do que escritor, um guerreiro das letras. Mantém heroicamente, desde
1991, revista Literatura, uma das poucas publicações brasileiras dedicadas exclusivamente às letras: para
lelamente, constrói uma premiada obra como romancista e contista, além de assinar artigos, ensaios e poesias. Carnavalha (Ed. Bestiário, 2007), sua obra mais recente, é uma espéciel de romance em retralhos, construído por meio de uma laboriosa montagem de narrativas" . - Transcrevi trechos de um artigo publicado em Literatura, nº 34, de fevereiro de 2008, de autoria de Henrique Marques Samyn, tradutor e pesquisador acadêmico que vive no Rio de Janeiro, autor de Poemário do Desterro e de diversos artigos e ensaios, sendo que parte de sua obra literária já foi publicada em periódicos brasileiros e noutros da Venezuela e da Espanha.

O número 34, de Literaura, publicou diversos autores brasileiros, entre os quais Antônio Miranda, Ary Albuquerque, Astrid Cabral, Batista de Lima, Francisco Carvalho, Caio Porfírio Carneiro, Francisco Miguel de Moura, Enéas Athanázio, Herculano Moraes, Nelson Hoffmann, Cunha de Leiradela, Nilto Maciel. E seus números insere normalmente notícia de livros publicados, autores e editoras, críticas de trabalhos publicados, poemas, contos e crônicas. As matérias principais são encomendadas aos seus colaboradores permanentes, mas, sem compromisso, recebe de outros escritores e as examina, inclusive a condição financeira para a publicação, pois não recebe nenhuma ajuda financeira que não seja a de seus sócios. Endereço para corespondência: Rua Haroldo Torres, 1111 - apto. 101 - Monte Castelo - CEP: 60.357-100 - Fortaleza - CE.

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Nota:
Informações prestadas por Francisco Miguel de Moura, um dos mais antigos sócios-colaboradores, desde o tempo em que Literatura era editada em Brasília ( Teresina, Piauí, 18 de abril de 200).





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