quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

A MAGIA DA SALA DE AULA

José de Ribamar Nunes*

É impressionante a magia que a sala de aula exerce sobre o ser humano. Por isso, muitos daqueles que cedo se iniciam na atividade docente não mais conseguem deixá-la.

É comum no ambiente escolar, ou fora dele, ouvirem-se queixas de professores, todas absolutamente justas, diga-se: baixos salários, condições de trabalho, falta de valorização da profissão, desinteresse dos alunos, indisciplina e até violência nas escolas, e por vai o rosário de lamentações.

Numa aparente contradição, entretanto, a maioria dos professores deste país não querem deixar a sala de aula, apenas clamam por condições melhores. E por quê? Porque é apaixonante, sedutora. É inumerável a lista de pessoas famosas e independente financeiramente (jornalistas, advogados, escritores, etc) que se submetem às “agruras” da sala de aula, e o fazem com prazer. Muitos afirmam que, não obstante os percalços, a relação aluno-professor é profundamente cativante, do modo especial nas séries iniciais e ensino fundamental. Daí na atividade docente se estabelecerem laços de amizade e respeito que se prolongam pela vida inteira.

O crítico literário, gramático e escritor de livros didáticos de língua e literatura, José de Nicola gosta de apresentar-se simplesmente como professor, atividade que exerce em São Paulo há quase quarenta anos, tamanho é o fascínio que tem pelo trabalho docente.

Mesmo aqueles que entram para o magistério como um trampolim para galgarem outras profissões se apaixonam e poucos deixam a sala de aula. O professor Nilbo Nogueira, de São Paulo, palestrante da Jornada Internacional de Educação do Maranhão, realizada em São Luís-Ma, em maio 2005, afirmou que quem entra na sala de aula não jeito de sair, ela tem uma “química” de nos “amarrar”, o que levou ao delírio a platéia composta de professores.

Recentemente, em memorável palestra no IV SALIPI, o gramático e professor Itamar Filgueiras, lente de português em Fortaleza-Ce, reacendeu essa chama naqueles que gostam de ser professores ao afirmar que não existe profissão mais digna e gratificante do que ser professor e que o maior pagamento que recebe é a sensação de despertar em alguém o gosto de aprender.

É essa magia que faz com que os professores brasileiros, a despeito das dificuldades que enfrentam, busquem alternativas e estratégias para melhorar a qualidade do ensino, vislumbrando um futuro promissor para nossa juventude.

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*José de Ribamar Nunes é professor da Escola Municipal "Professor Itamar Brito", Teresina-PI

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