sábado, 16 de fevereiro de 2008

RETRATO


Francisco Miguel de Moura*


Olhos azuis do céu, puros, de monja,
Lábios grossos, mais alto um maxilar,

Se a boca fecha um bico faz-se no ar,
M
as quando ri, ri franco e sem lisonja.


Nariz perfeito, o corpo em linha certa,
Louro dolicocéfalo, do bem,

Comum inteligência. Para alguém
Pode ser chato, mas de mente aberta.


Leve, em pesado corpo, ai como voa!
Se alguém o fere, fala mas perdoa,
Guarda as lições do bem, e o mal deplora.


Mas não é nenhum santo e não se acalma,
Se alguém lhe nega a consciência e a alma,
Mais feio fica, e explode, e xinga e chora.

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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, mora em Teresina, Piauí.

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