Francisco Miguel de Moura*
Belas
tardes de abril que não vivi
Porque
findaram anos incompletos,
Salvo
aquela que a alma só me trava,
Nem
sei como escrever, sem ter sentido.
Quanto
tempo sem horas e sem rimas,
A
desdilhar minha alma fugidia!...
Meu
horizonte dispersava o ermo
Da
estação que foge e delimita.
Não
sei porque meu peito deblatera,
Sem voos,
nem revoos reparados,
A
caírem no espaço amortecido.
Subi
ao céu sem ver o meu passado,
Que
não foi meu nem acho que mereço
E
agora desço ao fundo... E me desfaço!
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* Francisco Miguel
de Moura, soneto sem rima.
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