O MAL DO SONETO
Quis achar o começo
E não cheguei ao fim...
Por que não despeço
Cada passo ruim?
Quis o verso que teço
E me saiu tão chinfrim:
Seu tom, logo esqueço,
Se o poema tem fim.
Da roupa, tive o frio,
Da cama, o travesseiro,
Da mulher, perco o cio:
E acordei-me solteiro,
E é com dor e alegria
Que enterro o meu dia.
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*Francisco M. de Moura, o Autor, é poeta
e prosador brasileiro, mora em Teresina-PI
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