sábado, 21 de maio de 2022

 

 O MAL DO SONETO                     

 Francisco M. de Moura*


Quis achar o começo

E não cheguei ao fim...

Por que não despeço

Cada passo ruim?

 

Quis o verso que teço

E me saiu tão chinfrim:

Seu tom, logo esqueço,

Se o poema tem fim.

 

Da roupa, tive o frio,

Da cama, o travesseiro,

Da mulher, perco o cio:

E acordei-me solteiro,

 

E é com dor e alegria

Que enterro o meu dia.

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*Francisco M. de Moura, o Autor, é poeta 

e prosador brasileiro, mora em Teresina-PI

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