Uns olhos me ferindo o coração,
Mostravam graça e fresca juventude
A mim, rondando já a senectude.
Verdade ou fingimento? Uma ilusão...
Uns olhos de paixão, de forte luz
Tal como um raio que perfura o chão,
Sob o qual sucumbiu por tentação
Meu doce e fundo olhar. Assim me expus.
Uns olhos, todo dia e sem dar tréguas,
Vindo e voltando andavam tantas léguas,
Em busca da grandeza dessa oferta.
Mas a dona fugiu-me de repente,
Porém deixou comigo o olhar virente
Que não se apagará, nesta alma aberta.
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*Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, com mais de 40 livros publicados, a maioria de Poemas, e um só de Sonetos Escolhidos.
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