Francisco Miguel de Moura**
Me
procuro no campo
de
futebol e na pista de automóvel,
estou
aqui, ali, acolá, além de lá,
mas
não sou Deus nem diabo
como
o pão que ele amassou.
Sou
vadio, não faço nada,
só
samba e carnaval.
Samba,
ora samba?
Carnaval,
ora carnaval?
Eu
queria encontrar-me brasileiro
na
cor, no amor, na paixão,
no
trabalho e neste não.
Brasileiro
em todo lugar,
de
todas as formas,
sem
caráter algum.
Corri
mundo e não me encontrei:
Europa,
Oceania e África,
Ilhas
do Pacífico e Ásia, subi o Himalaia.
e
não encontrei Brasil nem brasileiro
porque
a vista morreu.
Me
disseram que o único possível
se chama Washington,
se chama Washington,
foi
pra América,
falar
inglês e nunca voltará.
Como
ser brasileiro é difícil!
__________________
**Francisco Miguel de Moura poeta brasileiro, cronista,
contista e romancista, além de crítico literário reconhecido em todo o Brasil,
em Portugal e também em alguns outros países, pela sua grande produção e
participação em jornais e revistas.
*ESTE POEMA É INÉDITO.
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