quinta-feira, 6 de março de 2014

Por que um dia só para a mulher?

  http://franciscomigueldemoura.blogspot.com              
               
  Francisco Miguel de Moura*

     As mulheres já possuem todos os dias. Elas trabalham mais do que os homens, certamente. Não precisamos provar. Bastar olhar em redor de si, sua casa, sua mulher, se é casado; se não, onde quer que você viva, meu caro leitor, você depende de uma mulher. E mais: elas são competentes nas mais diversas profissões em que se metem a desempenhar. Primeiramente, todos nós nascemos de mulher. Mas, antes destas considerações, devo dizer que me intrigava, e ainda me intriga não saber a origem, nem o porquê da frase mais comum que ouvimos sobre as benditas mulheres: “Vaidade, vaidade, teu nome é mulher”.

      A escolha, midiática ou não, para que a mulher tivesse o seu dia de festa, cuja preferência recaísse no dia 8 de março, também não sabia. Fui pesquisando em encontrei. As causas são políticas e sociais, naturalmente. Quais? E na enciclopédia www.wikipedia.com lá estão as respostas às minhas perguntas: Foram “as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada da Rússia czarista na Primeira Guerra Mundial. Essas manifestações marcaram o início da Revolução de 1917. Entretanto a ideia de celebrar um dia da mulher é antiga, já havia surgido desde os primeiros anos do século XIX, nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas de mulheres por melhores condições de vida e trabalho, bem como pelo direito de voto”.

     No entanto, ainda há homens que não querem falar nos seus avanços. Mais estranho é que algumas discordem, especialmente dentre aquelas que foram feministas de carteirinha, da idéia de prosseguir a luta. Lendo as páginas amarelas da “Veja”, virei minha atenção para muitas coisas que sabemos e nem sempre temos coragem de dizer, e muito menos de escrever.  A escritora e jornalista Camille Paglia, autora do livro “Personas sexuais” impressiona. A publicação mencionada destaca o seguinte pensamento dela: “As mulheres pedem aos homens que eles sejam o que não são e, quando eles se tornam o que não são, elas não os querem mais”. Noutro destaque, ela resume que “a prevalência dos valores femininos nas casas, nas escolas e nos governos “apagou” a masculinidade do mapa e deixou os homens pedidos”.

     Seria até um pecado, se nós não estivéssemos dando a palavra a uma mulher, feminista e escritora, nesta dissertação. É verdade que ela fala da vida americana. Se tivermos tempo e condições, voltaremos a fatos interessantes. Mas não vamos longe: Para nós, a mídia tem dado tanto destaque a outro sexo diferente dos tradicionais feminino e masculino, que muitas vezes assusta, visto que, até agora, a própria ciência não deu nenhuma veredicto sobre o fenômeno (antigo, como sabemos). É uma questão da qual a Igreja Católica não abre mão: é contrária à integração desse fenomenal terceiro sexo no seio dos católicos como católicos praticantes. Uma definição do Papa Francisco, de antes de ser o Papa, é que se trata de “desvio antropológico”, com ele concordando o rabino Abraham Skorka.
O que assusta a sociedade – podem nos chamar de tradicionais – também é esse destaque da tevê, da internete, da imprensa escrita e falada e de outras (livros, revistas e folhetos). Faz parecer aos olhos e às mentes pouco iluminadas dos nossos “analfabetizados” brasileiros que a classificação mais correta para sexos seria: homens, mulheres, não-homens e não-mulheres (claro que estou evitando os chavões, para que não me tachem de preconceituoso). Nenhum preconceito tenho. Apenas outra forma de pensar. E como ainda vivemos numa democracia, pensar é um direito de todos. Por causa disto é que tenho ouvido muito falar, na rua, em salões, reuniões, congressos – não como matéria de estudo ainda – tenho ouvido dizerem - elas, a mulheres:

    - Há falta de homem na praça, por isto estou solteira, por isto não tenho filho, por isto ainda não tenho família.

    A pressão da 3ª classe, que tem crescido bastante, é grande, por isto a lei consagrou a união estável de homossexuais, cujo direito vai derivando para outro: a adoção de filhos. Temos que tocar no assunto educacional, porque a primeira educação quem dá é a família. Do mais, não temos experiência. E os resultados? Como serão?

    Camille Paglia acresce que as mulheres ainda não dominam o sistema financeiro e político mundial por causa do seu modo de ser e pensar mulher. É preciso ter outros predicados que só os homens possuem.  E eu quero acrescentar que também o mundo científico não é domínio das mulheres. Transcrevemos a parte sobre educação, com que também se assusta a escritora: “A valorização das características associadas às mulheres emparedou os homens” - e ela acredita que, sendo as mulheres dominantes no ensino, levam suas características para os alunos, o que muito vem a multiplicar-se assustadoramente no futuro.

     De qualquer forma, as mulheres estão de parabéns. Gosto das mulheres como mulheres e como escritoras – quando enveredam pela crítica – mas os demais gêneros literários pertencem aos homens: pelas características da invenção e criatividade. Na análise das obras, a mulher escritora se dá bem, tão bem como analisando a comida, a cozinha, a casa, a roupa dos filhos e do marido.
“Vaidade, teu nome é mulher” ficou lá para trás, mas não esquecida. É bom que sejam vaidosas até o ponto em que os homens se sintam “amarrados” por elas. Pois elas, tradicionalmente, são quem escolhe. Nós, os homens, as aceitamos. Precisamos muito delas, “NA ALEGRIA E NA TRISTEZA, NA SAÚDE E NA DOENÇA, NA VIDA E NA MORTE”.

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*Francisco Miguel de Moura – Escritor, membro da Academia Piauiense de Letras e da International Writers and Artists Association - Estados Unidos.

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