terça-feira, 12 de maio de 2009

TURISMO RURAL E OUTROS



Francisco Miguel de Moura*

Turismo rural no Piauí! Pouca coisa ou quase nada de concreto encontrei na internete sobre o assunto. Todo mundo sabe que turismo rural é orientado para o lazer. Mas, será possível fazer turismo rural no Piauí?

Bem que eu gostaria de ver iniciado, na prática, o turismo rural, no Piauí. O turismo ainda não é lá essas coisas por aqui, se comparado com o dos Estados vizinhos. Mas, desenvolver o turismo é a condição sine qua non da viabilidade desta província de “o meu boi morreu...”. Ninguém parou pra pensar a sorte do Piauí, depois da separação do Estado do Gurguéia, que fatalmente se dará, mais cedo ou mais tarde. Há pessoas que até já disseram ser esta indústria sem chaminé a vocação do Piauí.

Falando seriamente, temos um território grande, mesmo depois da divisão, portanto com distâncias enormes. A principal condição (estrutura) para o desenvolvimento dessa indústria é possuir boas estradas. Depois, bons hotéis, pessoal educado, treinado para vender nosso produto – nossa terra, seus costumes, suas lendas, sua tradição e sua modernidade. Sítios a explorar não faltam. Por exemplo: Monumento aos Heróis do Jenipapo, Sete Cidades, Cachoeira do Urubu, Oeiras, Pedro II (graças ao clima), a Barragem de Boa Esperança, os rios e aquelas várias serras a serem exploradas com grutas, inscrições diversas, além do que existe em Teresina mesmo: Encontro dos rios, os próprios rios Parnaíba e Poti, lendas muitas, folclore riquíssimo, plantio de cajueiros, coqueiros, criação de abelhas... E as velhas fazendas de gado e currais abandonados, vaqueiros, arreios, aviamentos (fabricas de farinha), capoeiras, mata interessante desde os coqueirais até os xiquexiques, mandacarus, macambiras e muito mais.

É pouco? Não. Nem falei no que nossa arte teatral pode produzir de efeito, desde que estimulada e financiada. A música também. E a literatura. E a pintura... E tem mais: a visitação a festas religiosas como a de Santa Cruz dos Milagres e outras que devem ser reconhecidas para que o turísta tenha uma variedade do que ver e admirar.

Falta estrutura de transporte, estradas, ônibus, ferrovias, aeroportos, aviões. E falta outra coisa que, sem ela, tudo vai de água-abaixo: divulgação. Mas divulgação de nível nacional. Não falei em nossas praias nem no Delta do Parnaíba, na Lagoa do Portinho nem nos açudes de Picos e Piripiri, lugares que devem ser trabalhados para recebe turistas da melhor qualidade. Não falei em muitas outras coisas como o aproveitamento do corredor Leste/Oeste: – Gruta de Ubajara x Teresina (com suas modernidades e poucas antiguidades) x Roncador.

Mas é preciso investimento maciço na estrutura turística, tanto geográfica quanto de comunicação – se possível, e é – nas redes Globo de Televisão e outras – mas em programas de nível nacional. E por que não matéria com visual de qualidade, nas revistas e jornais de circulação em todo o país, e nas publicações especializadas em turismo? Aliando o turismo rural – hotéis de fazenda, aguadas, matas, grutas, festejos, folclore (bumba-meu-boi ou reisados e outros) – ao turismo urbano, o Piauí seria uma potência turística, sem dúvida, a rivalizar com o Ceará e o Maranhão.

Outro corredor poderia ser formado: o Norte/Sul – aliás o principal: – Serra da Capivara x Oeiras x Teresina x Sete Cidades x praias, formando a grande artéria de onde se espalharia para as demais direções. Qual o Governo que se habilita?

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*Francisco Miguel de Moura – Escritor, Membro da Academia Piauiense de Letras

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