sexta-feira, 20 de março de 2009

FRANCISCO MIGUEL DE MOURA - TRADUÇÃO DE CLÁSSICOS




Tradução


À MA MÈRE

Ce poète proche du mouvement parnassien écrit
Des textes trè ciselés d’une grande richesse de rimes

Théodore de Banville
(I823-1891)


Lorsque ma soeur et moi, dans les forêts profondes,
Nous avions déchiré nos pieds sur les cailloux,
En nous baisant au front tu nous appelais fous,
Après avoir maudit nos courses vagabondes.

Puis, comme um vent d’été confond lês fraiches ondes
De deux petits ruisseaux sur un lit calme et doux,
Lorsque tu nous tenais tous deux sur tes genoux,
Tu mêlais en riant nos chevelures blondes.

Et pendant bien longtemps nous restions là blottis,
Heureux, et tu disais parfois: Ô chers petits!
Un jour vous serez grands, et moi je serai vieille!

Les jours se sont enfuis, d’un vol mystérieux,
Mais toujours la jeunesse éclantante et vermeille
Fleurit dans ton sourire et brille dans tes yeux.


À MINHA MÃE

Ce poète proche du mouvement parnassien écrit
Des textes trè ciselés d’une grande richesse de rimes

Théodore de Banville
(1823-1891)


Quando eu e minha irmã, no bosque mais profundo,
Rasgamos nossos pés entre agudos calhaus,
Beijamo-nos. E alguém disse: “Loucos ou maus!?”
E, por fim, nos perdemos nas vagas do mundo.

Como o vento-verão funde as ondas primeiras,
No leito dos rios em doces, calmas águas,
Mãe, você nos pegou pra consolo das mágoas,
De joelhos, envolvendo as louras cabeleiras.

Bom tempo ali ficamos, doces asas mansas,
Felizes, no abraço, e você falou: “Crianças,
Um dia hão de ser grandes e eu, eu serei velha!”

No mistério, os dias vão, o’ meus pimpolhos,
Mas... Que essa juventude radiosa e vermelha
Fulja nos sorrisos brilhantes dos seus olhos.

Tradução de Francisco Miguel de Moura


DESDE LA TORRE


Francisco de Quevedo y Villegas
(1580–1645)


Retirado en la paz de estos disiertos,
Con pocos, pero, doctos libros juntos
Vivo en coversación con los defuntos
Y escucho con mis ojos a los muertos.

Si no siempre entendidos, siempre abiertos,
O enmiendan, o fecundan mis asuntos;
Y en músicos callados contrapuntos
Al sueño de la vida hablan despiertos.

Las grandes almas que la muerte ausenta,
De injurias de los años, vengadora,
Libra, ó gran don Iosef, docta la emprenta.

En fuga irrevocable huye la hora;
Pero aquélla el mejor cálculo cuenta
Que en la lección y estudios nos mejora.



DESDE A TORRE

Francisco de Quevedo y Villegas
(1580–1645)


No refúgio da paz do meu deserto,
Junto de poucos livros, porém sábios,
Converso com os defuntos e alfarrábios,
De olhar aceso os ouço de bem perto.

Se não me entendem, páginas abertas
Completam ou fecundam meus apontos,
E em leves musicais, por contrapontos,
Falam dos sonhos desta vida – alertas.

Grandes almas traídas pela morte,
Dos agravos do tempo, a vingadora...
Livra-me, o’ sábio Dom José, do corte!

Porém a irrevogável não demora,
Pois que ela é bem melhor calculadora,
Do que a lição dos livros nos melhora.

Tradução de Francisco Miguel de Moura

SONETO (da Rosa)

En que da moral censura a uma rosa
y en ella a sus semejantes.

Sor Juana Inés de la Cruz
(1648–169

Rosa divina que en gentil cultura
Eres, con tu fragante sutileza,
Magisterio purpúreo en la beleza,
Enseñanza nevada a la hermosura.

Amago de la humana arquitectura,
Ejemplo de la vana gentileza,
En cuyo sér unió naturaleza
La cuna alegre y triste sepultura.

Cuán altiva en tu pompa, presumida,
Soberbia, el riesgo de morir desdeñas,
Y luego, desmayada y encogida,

De tu caduco ser das mustias señas
Con que, con docta muerte y necia vida,
Viviendo engañas y muriendo ensiñas.


SONETO (da Rosa)

En que da moral censura a uma rosa
y en ella a sus semejantes.

Sor Juana Inés de la Cruz
(1648–1695)







Rosa Divina que, em gentil cultura,
És, com tua fragrante sutileza,
Magistério purpúreo da beleza,
Ensinamento níveo à formosura.

Ameaça da humana arquitetura,
Exemplo de ilusória gentileza,
Em cujo ser uniu com natureza
O berço alegre e a triste sepultura.

Quão altiva em tua pompa, presumida,
Soberba, o risco de morrer desdenhas,
E logo desmaiada e encolhida,

De teu caduco ser dás tristes senhas
Com que, com douta morte e néscia vida,
Vida e morte por teu ensino empenhas.

______
Tradução de Francisco Miguel de Moura - poeta brasileiro - email:frnciscomigueldemoura@superig.com.br

Um comentário:

Anônimo disse...

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